Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil

Diário online do ator Márcio Ramos - relatos, pensamentos, agenda, críticas...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Teaser do "(E)terno"


Não deixe de conferir a peça nesse dia 01/05 (domingo), às 20h, na Casa da Cultura de Caxias do Sul - RS.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

AGENDA - Maio/2011

Nesse mês de maio iremos realizar novas apresentações da peça teatral "(E)TERNO".

Quando: 01/05 (domingo) e 08/05 (domingo).
Horário: 20 horas.
Local: Casa da Cultura.
Ingresso: Inteira = R$20,00 / Meia (estuantes e sênior) = R$10,00.

Atuação: Tefa Polidoro.
Direção: Márcio Ramos.
Orientação: Luciane Olendzki.

APROVEITEM!!! ÚLTIMAS APRESENTAÇÕES EM CAXIAS...

domingo, 24 de abril de 2011

Oficina "VOZ E AÇÃO VOCAL", com Carlos Simioni


Nesse feriadão de páscoa fui brindado com algo maravilhoso, que vai além da minha compreensão neste exato momento...

    Através do projeto financiado pelo FINANCIARTE, o Beto Ribeiro e a Tina Andriguetti organizaram suas idéias e com o proponente do projeto, André, conseguiram trazer para Caxias o ator Carlos Simioni, que trabalha no grupo de teatro LUME (quem quiser saber mais do grupo e do próprio Carlos, entre aqui: http://www.lumeteatro.com.br/ ).
    Num grupo de 20 atores caxienses, todos selecionados para o curso em mais de 80 inscrições, lá estava eu - Márcio Ramos. Não conhecia o Simioni, só havia lido algumas coisas sobre seu trabalho com o LUME, mas não havia me aprofundado muito (coisa que agora, certamente, irei fazer), então eu sabia que iria trabalhar muito o corpo e a voz com o professor, e que, segundo minha diretora Ana Fuchs, eu iria me transformar depois da oficina. PONTO para Ana, nem eu sabia que me entregaria tanto assim.
Mas não foi uma entrega minha, particular, foi uma entrega de todos participantes - começando pelo professor Carlos Simioni - que é um MESTRE EM SEU OFÍCIO.
    São raras as vezes em que encontramos pessoas tão especiais, com tanto conhecimento e tão acessíveis, dispostas a contribuir com o crescimento dos outros. Já tive ótimos professores, excelentes diretores, maravilhosos colegas de cena... Mas nunca havia participado de um curso com um MESTRE.
    Vocês podem pensar: "Tá exagerando, se um mestre tivesse realmente parado em Caxias do Sul, todos teriam ficado sabendo!"... ERRADOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!
    Caxias é uma cidade alienada, no que se trata de cultura.
    Eu, muitas vezes, sou alienado também.
    Mas quando grandes oportunidades aparecem, não tem como não percebê-las e agarrá-las.

                                              (Carlos Simioni no espetáculo "Sopro")

Exemplo: no dia 21/04 (quinta-feira) o Simioni fez uma apresentação no Centro de Cultura Ordovás, uma demonstração de todas suas técnicas e conhecimento. O evento era gratuito. Daí vocês devem se questionar: "Hum, um evento gratuito, com um mestre brasileiro do teatro, na minha cidade? Certo que não perderei isso por nada!"
    Quantas escolas de teatro existem em Caxias? Quantos grupos de teatro existem? Quantas pessoas adoram dizer que são "culturais"? Quantas pessoas abrem a boca com orgulho para dizer que fazem teatro? Quantas dessas pessoas foram na apresentação gratuita do Ordovás?
    Se 45% das pessoas que trabalham diretamente com teatro, compareceram, foi muito. Mas tudo bem, era início de feriado, devem ter ido viajar!
"Nossa, como essa galera teatreira é bem de vida, né? É aparecer um feriado que todos viajam!"
Uhum...

Enfim, não quero focar meu depoimento, sobre a oficina, nas pessoas que não aproveitaram. Como as pessoas da própria Cia2, que foram TODAS CONVIDADAS, mas apenas outros dois atores estavam lá na apresentação. Que feio... E o interesse? Hehehe...

    Quem foi na apresentação dele, saiu de lá transformado. O cara conseguiu contar a vida e experiências dele no teatro, em pesquisas com o LUME e outros incríveis mestres do teatro espalhados pelos mais diferentes continentes, como se fosse um livro autobiográfico. Porém, tinha ele contando, vivendo, revivendo, demonstrando e compartilhando toda sua incrível história com a platéia. Eu poderia nem ter feito o curso dele, que só aquela apresentação já seria responsável por uma grande mudança no meu "eu artístico".

    Mas fui sortudo duas vezes, pois também fiz o curso!!!
    Que maravilha, técnica após técnica, novidade após novidade, exercício após exercício. Devo comentar que a oficina acontecia das 9h até 13h, e eu detesto acordar de manhã. No último dia da oficina, às 8h eu já estava completamente despertado, ansioso para a oficina.
    Não vou dizer o que ele trabalhou na oficina, isso cada um que participou sabe e irá dar continuidade da sua maneira.
    Mas estou mega ansioso para encontrar a Tefa e repassar coisas para ela, coisas que ela já faz na peça (E)Terno, mas não sei de onde vêm sua consciência para executar tão bem algumas coisas... Daí penso: se ela já faz bem assim, imagina com novas possibilidades?
    Ansioso para dividir com a Ana algumas técnicas, para proveito dela como atriz/palhaça, mas muito mais como diretora do "O FAUNO", e ver que justamente as coisas que ela já havia diagnosticado como problemáticas no meu trabalho de ator, agora estão num nível de consciência muito maior.

"É NECESSÁRIO TRABALHO DIÁRIO, NEM QUE SEJA 30MIN POR DIA", como disse o próprio Simioni. O caminho recém foi descoberto. Mas as possibilidades são inúmeras!!!
                                                   (Olha os "vértices", as "flechas"!!!)

    Como é bom vivenciar o teatro em sua totalidade: pesquisa, aulas, descobertas, técnicas, trabalho em grupo, troca de experiências, divisão de conhecimento, acréscimo de energias...
    Durante a oficina não me manifestei muito, quanto minhas impressões. Fiquei mais reservado. Mas era para absorver o máximo, como uma esponja.
Queria deixar registrado, também, que no meu trabalho como ator, estou desenvolvendo a peça “O FAUNO”, também financiada pelo Financiarte, e achei muito interessante como um projeto veio a potencializar outro. Na peça, um monólogo, trabalho muito com o corpo e voz, o tempo todo. E o desafio de unir um ao outro estava me desequilibrando, me travando. Porém, sem esperar por esse curso, encontrei nele INÚMERAS ferramentas que estavam faltando no meu trabalho de ator. Não tenho a menor dúvida de que o projeto “O FAUNO” se transformou em níveis muito melhores, com o projeto “VOZ E AÇÃO VOCAL”. 

QUE VENHAM NOVAS OFICINAS, QUE O SIMIONI RETORNE MUITO EM BREVE PARA CAXIAS E QUE ESSA ENERGIA CONQUISTADA COM A OFICINA ESTEJA PRESENTE EM TODO O ANO DE 2011!!!
Muito obrigado pela oportunidade!

"A verdadeira técnica da arte de ator é aquela que consegue esculpir o corpo e as ações físicas no tempo e no espaço acordando memórias, dinamizando energias potenciais e humanas, tanto para o ator como para o espectador." Luís Otávio Burnier

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Críticas e Reviews - (E)Terno

Espetáculo (E)Terno

19/04/2011
Site Queb - Qual é a Boa?
Coluna Ciranda -
http://www.queb.com.br/

 "Na Lista

Deve ser a mesma sensação de ver um filho dar seus primeiros passos, estes que com certeza serão traçados por um caminho de aventuras. (E) Terno, o espetáculo teatral que leva à cena a atriz Tefa Polidoro não é nada vazio, nem na cabeça, nem na boca, nem nos ouvido e muito menos nos dedinhos dos pés. É denso, é forte, é completamente delineada e de uma sensibilidade extrema que nos leva a se divertir numa montanha-russa de emoções. Sem dúvida um dos espetáculos mais lindos que já assisti nos últimos tempos. Com um trabalho corporal de dar inveja, Tefa se desdobra com maestria entre vários personagens.
Destaque para a cena do casaco, em que ela contracena com ela mesma, num ritual de paixão, tesão e amor. Márcio Ramos acerta definitivamente na direção e a trilha sonora que vai de Chico Buarque ao baião, cai como uma luva. Confesso que não gosto muito do uso de imagens, uma vez que já foi usado em vários espetáculo, mas talvez tenha que ser necessário para contextualizar a vida da atriz. E teria mais cuidado com os cortes secos na trilha sonora. Mas, técnica à parte, assistir Tefa Polidoro em cena é a mesma sensação de comer um mousse somente depois da salada." (Por Raulino Prezzi)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Desabafo...

Nesse final de semana que passou, apresentamos a peça (E)terno no SESC Caxias.
Vou confessar que a volta aos palcos nesse ano foi um tanto conturbada - mas tudo nos bastidores.
Como é difícil encontrar um local para apresentações com o mínimo de condições para executarmos uma boa apresentação.
Entre chegar no local, no horário combinado, e não encontrar nenhum técnico presente. Ter que esperar quase duas horas para sermos recebido por alguém do local. O técnico não ser experiente na área e não saber quase nada da parte técnica (porém mto disposto a aprender). Entre um choque e outro (sim, pq lá tudo pode dar choque), conseguimos montar o palco. Na hora da venda de ingressos, que seria aberto 2 horas antes p/ venda, a pessoa responsável só apareceu 50min antes da peça começar. Durante a peça acontecia um culto de alguma igreja muito barulhenta (daquelas que acreditam ser necessário gritar para Deus ouvir) no andar de baixo. Sim, alugaram dois espaços distintos para dois eventos no mesmo dia. O complicado é que um deles (o teatro), necessita de silêncio! Na cabine de som e luz ouvíamos mais os "aleluias" do que a atriz no palco. A atriz no palco, mais ouvia os "amém senhor!" do que a reação da platéia.
E para a nossa felicidade, no segundo dia tudo isso se repetiu!!! A pessoa do teatro responsável por acompanhar o grupo não pode ir, daí o técnico do dia anterior chegou mega atrasado (pois nem sabia que deveria ir). Durante a passagem de som e vídeo, o controle do projetor do próprio teatro pára de funcionar. "O que podemos fazer? Existem outras pilhas?"... Jura, né? A solução foi apresentar com um baita ícone de "pause" durante a peça. Ah... e o culto do dia anterior tbm se repetiu! Que bênção!!!
Durante a peça, na cabine de som e luz aparece um senhor segurando um telefone e pedindo por um rapaz que não sei quem era, pois o telefone era pra ele. Nesse momento aviso que estamos em apresentação, que era p/ ele se retirar. Ele insiste. Eu tento ser mais claro no "estamos trabalhando, volte mais tarde!", mas o senhor do telefone não compreende a necessidade de ter silêncio durante uma apresentação de teatro. Claro, ele não trabalha num local que existe um teatro. Para ele se retirar, já que os técnicos da peça tinham que seguir colocando a luz, som e vídeo, decido pedir para ele se retirar (mesmo que tenha sido grosseiro da minha parte). Ele finalmente sai, mas não sem antes bater a porta.

Que lindo!!!

O bom é que somos profissionais. Em nenhum momento deixamos transparecer esses "acidentes" no material que estava sendo apresentado. Mas é triste saber que nós artistas pagamos pelo teatro usado. Pagamos caro, inclusive. Ou melhor, o público paga, pois 20% de seu ingresso é voltado para o local onde apresentamos.

Não merecem os artistas e as platéias melhores palcos???

Enfim... Não escrevo isso para detonar com o local apresentado, nem nada disso. Escrevo para mostrar que existem lugares maravilhosos em Caxias para apresentações (como o próprio SESC, que possui um teatro mega intimista). Mas não existe manutenção. Não existe cuidado. Não existe carinho com quem trabalha nessa área.

Esperamos voltar para esse palco, assim como p/ os outros de Caxias (inclusive os que estavam fechados para uma reforma que não aconteceu, para os que foram reformados e muita mudança não se notou...). Enfim, esperamos notar que o crescimento cênico que procuramos ter também seja almejado pelos espaços públicos e privados Caxias.

Falta muita cultura (de educação) na Cultura!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Ser ou não ser...

Era uma vez um menino que sonhava alto, sonhava em ser muito grande.
Ele fechava os olhos e sentia tudo aquilo que seus pensamentos mais enlouquecidos e divertidos permitiam.
Ele queria ser artista, ator... Mas se sentia preso numa moldura que não lhe pertencia.
Do nada, pego de surpresa, empurraram ele para fora da moldura e ele não sabia o que fazer com todo aquele espaço livre a sua volta. Estava acostumado com o limite.
Agora ele experimentava a liberdade de realmente ser quem ele quisesse ser.
Experimentou. Se apaixonou. Se entregou.
Então iniciou um relacionamento carinhoso com o teatro.
Vivenciou descobertas, diversões, alegrias, tristezas, perdas... Descobriu a rotina de um casal.
E tudo voltou a ficar preso em uma moldura, novamente. Dessa vez a moldura era maior, muito maior. Mas ainda existiam os limites.
E o infinito? Quando ele provará isso?
Cansou... Pensou em parar. Se divorciar. Arrumar outra paixão.
Então, como em uma de suas imaginações psicodélicas, um anjo em forma de criança lhe perguntou se ele acreditava nele mesmo.
Nesse exato momento, ele lembrou daquilo que um dia ele sonhou ser... E percebeu ter abafado, sufocado, negligenciado aquela pessoa alta que ele queria ser.
A moldura caiu de novo... Um enorme espaço de possibilidades apareceu em sua frente.
"- O que fazer com tudo isso?" - pensou ele, em seu quarto.
Abraçou! Aceitou! Se desafiou! Acreditou...
Resolveu sonhar, porém dessa vez com os olhos bem abertos.
Ele ainda se questiona, ocasionalmente, qual a diferença entre seus sonhos, desejos e realidade?
Talvez sempre se questionará.
Talvez seja isso que o faça querer ser tão grande.
O desconhecido.
A oportunidade.
Os caminhos...

domingo, 10 de abril de 2011

Facebook

Galera que quiser nos adicionar no FACEBOOK, nosso perfil é: CiaDois Grupo de Teatro.


Não permitiam número no nome do perfil, por isso o Cia2 ficou escrito por extenso.
Nos procurem lá e nos adicionem para receberem as news da Cia2, assim como atualizações do blog.


Aproveitando...
Nesse final de semana rola a primeira apresentação da Cia2 nesse ano de 2011!!!
No palco do Teatro do SESC Caxias, será apresentada a peça "(E)Terno", dias 16 e 17/04 (sáb. e dom.), às 20h.


Não percam!!!

terça-feira, 5 de abril de 2011

Entubados

Sociedade virtual é isso... Paramos de fazer teatro pra ficar reportando tudo no lado virtual!
Mas se isso ajuda para termos mais público: "QUE ASSIM SEJA!"

A Cia2 abriu um canal no "YOUTUBE", quem quiser conferir:
http://www.youtube.com/user/cia2grupodeteatro

Por enquanto temos apenas alguns vídeos de ensaio/contrução do espetáculo "O Fauno", mas em breve teremos mais e mais e mais e mais...

Até a próxima!

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Blogs para todos os gostos...

Hoje, durante o ensaio do espetáculo "O Fauno", tivemos a presença da Ana Lia, que fará a cenografia. Junto com a Ana Fuchs, que estava passando idéias e imagens para o cenário do espetáculo, a diretora mostrou o novo blog que havia criado para o espetáculo, que eu ainda não conhecia.
Então, quem quiser conhecer mais sobre essa nova peça e seu processo de criação, entra lá:
http://www.ofaunoespetaculo.blogspot.com/

Também quero indicar o blog da minha diretora, amiga, confidente...Ana Fuchs. Pra quem curte teatro e o processo de atuação e criação, o blog dela é um prato cheio!!!
http://anafuchs.blogspot.com

Espero que curtam as sugestões.
Até breve

Agenda - Abril/2011

E aí, já foram no teatro esse ano? Não? Aqui está a oportunidade!

Conferir a terceira temporada do espetáculo solo "(E)Terno", após estréia em Caxias (novembro de 2010) e Porto Alegre (Dezembro de 2010). Com a atriz Tefa Polidoro, direção de Márcio Ramos e orientação de Luciane Olendzki.


QUANDO: 16 e 17/04 - Sábado e Domingo
ONDE: SESC Caxias
HORÁRIO: 20h
VALOR: R$20,00 (R$ 10,00 para estudantes, comerciários e seniors)

COMPAREÇAM!!!!!

Críticas e Reviews - (E)Terno

Espetáculo (E)Terno
Jornal Pioneiro
Coluna Sete Dias - "A Gente Viu"

"Polifania cênica

(E)terno, monólogo que Tefa Polidoro levou ao palco do Teatro do Sesc quarta e quinta-feira passadas, tem a riqueza da auto ralidade. Ao lidar com material autobiográfico para encenar o feminino que espera, a atriz vira menina, mãe e mulheres. A peça ora tem nuances tecidas na filigrana, ora se vale do histrionismo da intérprete. 
Na primeira meia hora, a cena é despojada, limpa, quase minimal, numa sequência de movimentações corporais que evidenciam o universo de solidões, angústias e reminiscências do personagem. A forma com que a atriz ocupa o palco, em procedimentos seguros, é especialmente rica por, mesmo com poucos elementos, obter contundência cênica, no eco da máxima de que menos é mais e mais é menos.
Depois de apresentar, com ternura e delicadeza, o universo do abandono, a atriz descrever o universo social da mesma personagem. Então, se vale da caricatura e do humor, auxiliada pelo uso de vídeos familiares. Consegue (ainda mais) empatia da plateia, mas talvez perca um pouco a mão da precisão com que vinha tecendo sua delicada performance. De qualquer forma, auxiliada pela seleção musical e pela iluminação, Tefa Polidoro faz de seu monólogo uma polifania que enuncia sua vigorosa presença cênica." (Por Carlinhos Santos)