Jornal Pioneiro
Coluna Sete Dias - "A Gente Viu"
"Polifania cênica
(E)terno, monólogo que Tefa Polidoro levou ao palco do Teatro do Sesc quarta e quinta-feira passadas, tem a riqueza da auto ralidade. Ao lidar com material autobiográfico para encenar o feminino que espera, a atriz vira menina, mãe e mulheres. A peça ora tem nuances tecidas na filigrana, ora se vale do histrionismo da intérprete.
Na primeira meia hora, a cena é despojada, limpa, quase minimal, numa sequência de movimentações corporais que evidenciam o universo de solidões, angústias e reminiscências do personagem. A forma com que a atriz ocupa o palco, em procedimentos seguros, é especialmente rica por, mesmo com poucos elementos, obter contundência cênica, no eco da máxima de que menos é mais e mais é menos.
Depois de apresentar, com ternura e delicadeza, o universo do abandono, a atriz descrever o universo social da mesma personagem. Então, se vale da caricatura e do humor, auxiliada pelo uso de vídeos familiares. Consegue (ainda mais) empatia da plateia, mas talvez perca um pouco a mão da precisão com que vinha tecendo sua delicada performance. De qualquer forma, auxiliada pela seleção musical e pela iluminação, Tefa Polidoro faz de seu monólogo uma polifania que enuncia sua vigorosa presença cênica." (Por Carlinhos Santos)
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