23/02/2012 | N° 11303
Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil
Diário online do ator Márcio Ramos - relatos, pensamentos, agenda, críticas...
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Matéria sobre o IN HEAVEN, no Jornal Pioneiro
Para ler a matéria direto no site do jornal, clique aqui!
No céu
Recentemente fui convidado para elencar uma peça de teatro chamada "IN HEAVEN".
A peça é um projeto do "Prêmio de Incentivo a Montagem Teatral" de 2010, que estreou em 2011.
Com direção de Jezebel de Carli, assistência de Tatiana Vinhais, no elenco o ator Roberto Ribeiro (do Teatro do Encontro) e eu - que entro fazendo a substituição de elenco.
Percebo como é imensamente gratificante ser convidado para participar do projeto de outros colegas - é uma sensação de reconhecimento.
Já produzi meus próprios espetáculos, já escrevi + atuei + dirigi = pois ninguém me convidava para outros trabalhos e parado eu jamais ficaria, então sei como é criar e ter essa autonomia.
Porém quando te convidam para algo, principalmente amigos e profissionais que tu admira, é uma realização muito boa! Posso até não ter aquela autonomia que teria nos meus trabalhos autorais, mas colaborar com outras mentes e criar coisas balíssimas é tão estimulante quanto.
Meus três últimos trabalhos foram assim, de convites especiais: o (E)Terno, pelo convite da minha amiga Tefa Polidoro para dirigí-la em seu monólogo. O Fauno, pelo convite de outra grande amiga Ana Fuchs, que me dirigiu em meu primeiro monólogo. E agora o In Heaven, pelo convite do Roberto Ribeiro, para fazer parte do elenco fixo da peça.
Com o In Heaven o processo vem sendo diferente. A peça já existe, estou apenas realizando uma substituição - não de processo, mas de marca. E como eu não conheço nenhuma marca da peça - e não tenho a sorte de ter o ator que fazia o papel me ensinando (como aconteceu quando fui substituir em algumas apresentações da peça A Megera Domada, do Grupo UEBA, com direção de Jessé de Oliveira - que eu tinha o ator Rodrigo Guidini do meu lado, repassando cena por cena comigo - o que foi um luxo!), dessa vez nós contamos com o DVD da peça.
É muito engraçado - assistimos um trecho da peça, memorizamos e fazemos. Claro que para o Beto é apenas uma forma dele relembrar as marcações, mas pra mim é pra copiar mesmo. E como copiar não tem muita graça - constantemente acrescentamos nossas novas versões para determinadas cenas - visto que essa é uma peça quase que coreografada, 100% de marcação.
Ainda não terminamos de marcar toda a peça, mas faltam apenas uns 15 minutos para termos toda ela estruturada. Assim que tivermos toda ela, começarei a incorporar elementos de atuação, para criação do personagem, que sejam mais meus, sejam instintos ou de construção pesquisada.
Sobre a peça, ela conta a história de dois homens que se encontram numa ponte perto de um rio. Alí, destinos serão traçados, histórias serão contadas e cruzadas entre memórias, passado e presente. A direção da peça trabalhou muito com a parte física do teatro, construindo diversas imagens belíssimas.
A estréia é daqui 20 dias. Ainda terei alguns ensaios com as diretoras, além de realizarmos ensaios com alguns convidados.
A peça é um projeto do "Prêmio de Incentivo a Montagem Teatral" de 2010, que estreou em 2011.
Com direção de Jezebel de Carli, assistência de Tatiana Vinhais, no elenco o ator Roberto Ribeiro (do Teatro do Encontro) e eu - que entro fazendo a substituição de elenco.
Percebo como é imensamente gratificante ser convidado para participar do projeto de outros colegas - é uma sensação de reconhecimento.
Já produzi meus próprios espetáculos, já escrevi + atuei + dirigi = pois ninguém me convidava para outros trabalhos e parado eu jamais ficaria, então sei como é criar e ter essa autonomia.
Porém quando te convidam para algo, principalmente amigos e profissionais que tu admira, é uma realização muito boa! Posso até não ter aquela autonomia que teria nos meus trabalhos autorais, mas colaborar com outras mentes e criar coisas balíssimas é tão estimulante quanto.
Meus três últimos trabalhos foram assim, de convites especiais: o (E)Terno, pelo convite da minha amiga Tefa Polidoro para dirigí-la em seu monólogo. O Fauno, pelo convite de outra grande amiga Ana Fuchs, que me dirigiu em meu primeiro monólogo. E agora o In Heaven, pelo convite do Roberto Ribeiro, para fazer parte do elenco fixo da peça.
Com o In Heaven o processo vem sendo diferente. A peça já existe, estou apenas realizando uma substituição - não de processo, mas de marca. E como eu não conheço nenhuma marca da peça - e não tenho a sorte de ter o ator que fazia o papel me ensinando (como aconteceu quando fui substituir em algumas apresentações da peça A Megera Domada, do Grupo UEBA, com direção de Jessé de Oliveira - que eu tinha o ator Rodrigo Guidini do meu lado, repassando cena por cena comigo - o que foi um luxo!), dessa vez nós contamos com o DVD da peça.
É muito engraçado - assistimos um trecho da peça, memorizamos e fazemos. Claro que para o Beto é apenas uma forma dele relembrar as marcações, mas pra mim é pra copiar mesmo. E como copiar não tem muita graça - constantemente acrescentamos nossas novas versões para determinadas cenas - visto que essa é uma peça quase que coreografada, 100% de marcação.
Ainda não terminamos de marcar toda a peça, mas faltam apenas uns 15 minutos para termos toda ela estruturada. Assim que tivermos toda ela, começarei a incorporar elementos de atuação, para criação do personagem, que sejam mais meus, sejam instintos ou de construção pesquisada.
Sobre a peça, ela conta a história de dois homens que se encontram numa ponte perto de um rio. Alí, destinos serão traçados, histórias serão contadas e cruzadas entre memórias, passado e presente. A direção da peça trabalhou muito com a parte física do teatro, construindo diversas imagens belíssimas.
A estréia é daqui 20 dias. Ainda terei alguns ensaios com as diretoras, além de realizarmos ensaios com alguns convidados.
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Jornal Pioneiro divulga aulas no Espaço Multicultural
Para ler a matéria direto no site, clique aqui!
Estão abertas as inscrições para a oficina de teatro com o ator e diretor Márcio Ramos. As aulas acontecerão nos turnos de manhã, tarde e noite, a partir do mês de março, no Espaço Multicultural (Rua Pinheiro Machado, 2968, São Pelegrino).
Entre as abordagens estudadas, consciência corporal, improvisação e relações entre o ator e o público. O curso confere certificado ao final.
Inscrições e mais informações pelo (54) 3025.7600.
Márcio Ramos ministra oficina de teatro, em Caxias
Aulas preparam atores para o mercado de trabalho
Jocemar Zulian, especial | jocemar.zulian@pioneiro.comO ator Márcio Ramos na peça "O Fauno".
Entre as abordagens estudadas, consciência corporal, improvisação e relações entre o ator e o público. O curso confere certificado ao final.
Inscrições e mais informações pelo (54) 3025.7600.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
"Olá Serra Gaúcha" divulga aulas no Espaço Multicultural
Para conferir no site, clique aqui!
Aulas de teatro com o ator caxiense Márcio Ramos
Curso será voltado para crianças, adolescentes e adultos, no período da manhã, tarde e noite
"O Fauno" é um dos trabalhos mais recentes do ator.
Uma boa oportunidade para quem gosta de teatro e quer aprender técnicas de atuação, entre outras dicas preciosas. Em Caxias do Sul, o ator e diretor teatral Márcio Ramos, vai dar aulas de artes cênicas no "Espaço Multicultural". As aulas serão voltadas para crianças, adolescentes e adultos, no período da manhã, tarde e noite.
O objetivo das aulas é oportunizar aos alunos (com ou sem experiência da área teatral) um espaço de aprendizado e experimentação, utilizando as técnicas mais significantes que o ator Márcio Ramos já aprendeu, pesquisou e desenvolveu em seus trabalhos cênicos. Durante o curso será montado uma peça teatral com cada turma.
Os participantes terão a oportunidade de vivenciar técnicas desenvolvidas por Ramos na atuação de peças como O Fauno (2011), (E)Terno(2010), Paranoia (Sit Down Comedy) (2008), Amor Com Humor Se Paga (2007) e Extremos (2006)
Conteúdo
Consciência corporal, o corpo como forma de linguagem teatral, improvisação, jogos de dramatização em grupo, sensibilização na utilização de elementos cênicos, os diferentes espaços cênicos como forma de influenciar o trabalho do ator, jogos de integração, autonomia no processo de criação e relações entre ator X material cênico X público.
Serviço
O que: aulas de teatro com o ator Márcio Ramos. Confere certificado no final do curso.
Inscrições pelo telefone: (54)3025-7600
e-mail: fernando@grupoedz.com.br
Endereço: Rua Pinheiro Machado, nº 2968, Bairro São Pelegrino, Caxias do Sul. (esquina com a Rua La Salle)
O objetivo das aulas é oportunizar aos alunos (com ou sem experiência da área teatral) um espaço de aprendizado e experimentação, utilizando as técnicas mais significantes que o ator Márcio Ramos já aprendeu, pesquisou e desenvolveu em seus trabalhos cênicos. Durante o curso será montado uma peça teatral com cada turma.
Os participantes terão a oportunidade de vivenciar técnicas desenvolvidas por Ramos na atuação de peças como O Fauno (2011), (E)Terno(2010), Paranoia (Sit Down Comedy) (2008), Amor Com Humor Se Paga (2007) e Extremos (2006)
Conteúdo
Consciência corporal, o corpo como forma de linguagem teatral, improvisação, jogos de dramatização em grupo, sensibilização na utilização de elementos cênicos, os diferentes espaços cênicos como forma de influenciar o trabalho do ator, jogos de integração, autonomia no processo de criação e relações entre ator X material cênico X público.
Serviço
O que: aulas de teatro com o ator Márcio Ramos. Confere certificado no final do curso.
Inscrições pelo telefone: (54)3025-7600
e-mail: fernando@grupoedz.com.br
Endereço: Rua Pinheiro Machado, nº 2968, Bairro São Pelegrino, Caxias do Sul. (esquina com a Rua La Salle)
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Jornal O Florense - Aulas no Espaço Multicultural
Para ler a matéria no site, cliqueaqui!
CURSOS DE TEATRO COM INSCRIÇÕES ABERTAS
(...)
Há também inscrições abertas para aulas de teatro no Espaço Multicultural com o ator e diretor teatral Márcio Ramos. Em três turnos, serão ministradas aulas de consciência corporal, linguagem teatral, improvisação, jogos de dramatização em grupo, entre outros aspectos. Durante o curso será montada uma peça teatral com cada turma. Informações pelo e-mail fernando@grupoedz.com.br ou pelo telefone (54) 3025.7600.
(Por Danúbia Ortobeli)
CURSOS DE TEATRO COM INSCRIÇÕES ABERTAS
(...)
Peça 'Paranóia', com Márcio Ramos.
Há também inscrições abertas para aulas de teatro no Espaço Multicultural com o ator e diretor teatral Márcio Ramos. Em três turnos, serão ministradas aulas de consciência corporal, linguagem teatral, improvisação, jogos de dramatização em grupo, entre outros aspectos. Durante o curso será montada uma peça teatral com cada turma. Informações pelo e-mail fernando@grupoedz.com.br ou pelo telefone (54) 3025.7600.
(Por Danúbia Ortobeli)
Jornal Ponto Inicial - Aulas no Espaço Multicultural
Para ler a matéria no site, clique aqui!
Estão abertas as inscrições para aulas de teatro no “Espaço Multicultural”
Com turmas de teatro para crianças, adolescentes e adultos – de manhã, tarde e noite.
O objetivo das aulas é oportunizar aos alunos – com ou sem experiência da área teatral – um espaço de aprendizado e experimentação, utilizando as técnicas mais significantes que o ator Márcio Ramos já aprendeu, pesquisou e desenvolveu em seus trabalhos cênicos. Durante o curso será montado uma peça teatral com cada turma.
CONTEÚDO: consciência corporal, o corpo como forma de linguagem teatral, improvisação, jogos de dramatização em grupo, sensibilização na utilização de elementos cênicos, os diferentes espaços cênicos como forma de influenciar o trabalho do ator, jogos de integração, autonomia no processo de criação e relações entre ator X material cênico X público.
Confere certificado no final do curso.
Inscrições pelo telefone: (54)3025-7600
e-mail: fernando@grupoedz.com.br
Endereço: Rua Pinheiro Machado, nº 2968, Bairro São Pelegrino, Caxias do Sul – RS. (Esquina com a Rua La Salle)
Crédito fotográfico: Divulgação
Breve currículo: O ator Márcio Ramos iniciou seus estudos na área teatral aos 13 anos, onde participou de cursos com André Paes Leme(RJ), Stênio Garcia (RJ), Candice Valduga e Ana Weber (RS). Em 2001 entrou para o elenco da “Cia. Teatral Atores Reunidos”, com direção de Raulino Prezzi, onde inicou seus trabalhos profissionais em espetáculos como “Extremos”, “Quase Amores”, “A Cigarra e a Formiga” e “Amor Com Humor se Paga”. De 2007 até 2010 dirigiu a “Cia2 – Grupo de Teatro”, dirigindo, escrevendo e atuando espetáculos autorais como “Paranoia (Sit Down Comedy)”, “Ao Quadrado” e “Ali-se”. Atualmente trabalha na direção do espetáculo “(E)Terno” e no seu monólogo “O Fauno”. Possuí cursos de aperfeiçoamento nas técnicas teatrais com Eugênio Barba e Julia Varley (Odin Teatret, Dinamarca), Carlos Simioni (Lume Teatro – SP), Jezebel de Carli (RS), Gislaine Sachett (RS), Ana Fuchs (RS), Alexandre Melo (RJ). Trabalha como professor de teatro no Colégio La Salle Caxias, no Espaço Multicultural e na Escola Preparatória de Dança – EPD.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Minha experiência com o Odin Teatret
Já se passaram dois meses desde que participei do curso "Arte Secreta do Ator", em Brasília - DF. Esse curso foi ministrado por ninguém menos que Eugênio Barba e Julia Varley, diretor e atriz do Odin Teatret (Dinamarca), grupo de teatro que trabalha com uma forte pesquisa sobre o trabalho do ator, principalmente pela forte influencia que Grotowski teve no trabalho do Barba.
Os grandes MESTRES do teatro já não estão mais conosco, restando poucas referências fortes para o teatro contemporâneo, o nosso teatro de hoje, e ter a oportunidade de trabalhar cara-a-cara com um deles foi uma das maiores experiências da minha vida.
São muitas memórias, lembranças, sensações, imagens e anotações sobre aqueles 07 profundos dias em que, pela primeira vez na minha vida, eu estava por minha conta. Sempre trabalhei com grupos, amigos, colegas - tudo o que sempre fiz foi acompanhado de outras pessoas - mas não desta vez. Ali eu estava sozinho, pegando avião sozinho, parando numa cidade que eu não conhecia nada nem ninguém e me entregando de coração para as mais intensas descobertas.
Eu poderia descrever quase que todos os momentos do curso - como a chegada no local combinado e os participantes se conhecendo pela primeira vez (não nos apresentávamos por nome, mas sim pela cidade de origem de cada um), havia aquela sensação de início de Big Brother: quem são essas pessoas? onde elas me levarão? o que acontecerá lá?, a descoberta do Solar Guadalupe - um capítulo a parte, de beleza e simplicidade indescritíveis, dos primeiros momentos na presença do Eugênio e da Julia, do início de amizades de começavam a se desenvolver entre os participantes... Vou pular todas essas lembranças e ir direto para o conhecimento, a experiência, o ensino.
Deixo claro, no entanto, que tudo é a minha perspectiva do curso - em momento algum quero dizer aqui verdades. Deixo claro que elas não existem. O que escreverei aqui são anotações e impressões que o Márcio Ramos, em dezembro de 2011 teve. Só.
Corpo. Voz. Energia. Natureza. Espiritualidade. Entendimento. Análise. Contato.
"Saber, fazendo!" - no que diz respeito do excesso de cautela em só estudar, estudar, estudar teatro (ter títulos e mais títulos acadêmicos), mas nunca transformar esses conhecimentos em teatro, de fato. Fazer teatro permite o desenvolvimento do nosso conhecimento.
A arte do ator é a arte de agir.
O princípal papel do ator é ser como uma árvore, que cresce para cima (o que os olhos externos percebem), mas algo também se esconde e cresce para baixo (aqui entra a técnica, a vivência, a experiência, o conhecimento).
O ator deve estar completamente preparado para representar a vida - POR COMPLETO.
Seja sua linguagem corporal, seu tipo de voz (sua sonoridade) e suas palavras (seus significados).
Ter muito certo que tipo de energia se quer conquistar ou criar com o público - e NUNCA deixar de trabalhar essa energia. E não ser especializado num certo tipo de convenção teatral - EXPERIMENTAR!
"Aprender a reaprender!", aprender a desaprender o que lhe foi dito, teatro é uma arte efêmera, em constante transformação - assim como suas bases, teorias, idéias, técnicas... Ator é lugar de acumular conhecimento. Ator tem que aprender tudo. Se não sabe algo - eliminar o bloqueio.
"Os cliches da vida são pedacinhos diferentes que remontamos de formas diversas" (achei tão lindo isso!)
"Ir contra a evolução da sociedade" - somos aristocratas do corpo.
"O ser humano pode fazer tudo sozinho. Menos teatro." Vejam nas artes, por exemplo: na música, artes plásticas, cinema, literatura - todas essas expressões artísticas continuam existindo, mesmo que não tenha ninguém vendo(absorvendo) elas. Já o teatro, se não tiver platéia, não é teatro (é um ensaio...hehehe). Precisamos do outro, seja para construir ou para reproduzir. Aliás, fazemos para o outro.
No teatro, numa apresentação, temos que fascinar o espectador. E gratificar ele, para que ele se sinta inteligênte. Esconder algumas peças, para apresentá-las de formas diferentes.
Não confundir movimento e ação. A arte do ator é justamente transformar um movimento em ação. Movimento é correr, simplismente. A ação seria fugir ou perseguir algo.
No trabalho com partitura física, constantemente temos movimentos que se transformam em ação (automaticamente pela mente do ator), o diretor/professor transformará de acordo com sua visão/necessidade - e aquela imagem/sensação que tinhamos com determinado movimento + partitura = ação será modificada. Mas cabe ao ator, sempre relembrar que intenção havia atrás de cada movimento modificado, para assim sempre transformá-lo em ação significante. Cuidar, pois constantemente há um comportamento físico que não corresponde as ações.
"O melhor ator sabe surpreender o público logo no início", palavras de Eugênio Barba (lembrete: NÃO SAIR ASSUSTANDO O PÚBLICO ASSIM QUE ENTRAR EM CENA! rs)
A técnica, a prática, o excercício diário do ator serve para construirmos a imagem do cisne; acima da água deslisa na água, calmo (aparenta total controle de sua função); abaixo da águaele pedala, trabalha (a consciencia de cada atitude, a inteligência em ação).
O espaço é sólido. Se eu crio ação - você reage.
O corpo é o melhor condutor de energia.
Dilatar, nada mais é do que FAZER APARECER.
Ator deve colocar o corpo em forma, para informar o público.
O ATOR é um emissário da vida - Manifestar, de forma manipulada.
O DIRETOR controla e descobre caminhos, para manipular o público.
O diretor é esquizofrenico:
-Tem que ver tudo de forma técnica.
-Tem ver tudo como se fosse o primeiro espectador.
"FAZ-SE UM ESPETÁCULO PARA O PÚBLICO SE SENTIR UM SOL." (com essa citação eu poderia parar de escrever, tem tanta paixão nessa frase.)
O público pode não entender, mas tem que sentir o espetáculo.
"Quando existe uma cena que eu não gosto, que não funciona, deixo ela lá até encontrar uma solução."
Ao mesmo tempo que cortar cenas é o que permite ser eficaz.
Se algo dá problema - elimine.
"O silêncio ou a música são mais fortes que a palavra."
Realizamos trabalhos de exaustão fisica, com partituras de movimentos, para termos a "possibilidade de conquista sobre a mente e o físico".
Esconder a ação: empurrar/tirar, introversão/extreversão.
A ação deve se desenvolver numa dinânima ternário e não binária - três elementos e nao dois.
Dois elementos: início e fim / desejo e conquista.
Com três elementos, incluimos a oposição, a dúvida, o questionamento do desenvolvimento da ação.
"O ARTISTA não respeita regras da moral da vida. Respeita regras de sua profissão."
Esconder as ações pode ser considerado meio cínico. Mas é uma forma de conhecer e manter sua energia.
Não se exibir. Criar e alimentar a sensibilidade.
Ações são como rios - nem sempre correm acima, as vezes correm abaixo da terra.
Num trabalho físico, sempre se trabalham as ações e o ritmo. Depois se trabalha o contexto, para então trabalhar a voz.
Evitar o uso do rosto, na construção de ações. Se a ação deve ser pesada, retirar qualquer sinal de peso do rosto para ter certeza que é o corpo quem está sentindo, e não a habilidade de interpretação do ator, pois o ator pode se enganar, deixando de realmente sentir sua ação.
Em determinado momento, Eugênio ensaiava com a Julia sua mais recente peça, com o Mr. Peanut (personagem característico que a Julia trabalha em várias peças). Eugênio queria refazer uma cena, e tinha a imagem de uma tempestade em sua mente, queria repassar essa imagem para Julia. Como? Ele começa a propor várias ações para ela desenvolver dentro do contexto da cena. Pede para ela representar cavalos enfurecidos, depois um fantasma violentando a mulher ou dois gladiadores lutando. Do conjunto dessas ações que se formaram, ele reconstitui a imagem da tempestade que ele queria. E ela, mesmo as ações ficando "picotadas", sempre relembrará de onde elas vieram, para não perder sua essencia.
Erotismo é imaginação, e não físico.
Por fim eles nos falam que as partituras físicas são só um caminho. Mas esse caminho tem que existir.
*Muitas destas citações, informações, anotações, estão recheadas de imagens e significados pra mim - que estava lá. Não sei da funcionalidade delas sozinhas, sem os bastidores. Mas vou imaginar que essas falas que eu anotei aqui são nossas partituras físicas - agora cabe a cada um escolher o que lhe serve, para aquilo que vocês querem contar.
Deixo registrado aqui, também, como é incrível ver que lendas vivas do teatro são tão acessiveis (ou muitas vezes mais acessiveis) do que os que vivem do nosso lado. Eugênio e Julia não tinham medo algum de revelar todos seus conhecimentos, todas suas experiências - um dos atos mais humildes que já vi em minha vida.
No final do curso, ao pedir para a Julia autografar seu livro, que eu havia comprado, recebi essas lindas palavras:
"QUERIDO MÁRCIO
SALTANDO
PULANDO
COM OLHOS ABERTOS PARA CONQUISTAR O MUNDO
COM VULNERABILIDADE.
UM ABRAÇO
JULIA"
Receber essas palavras, foi como um combustível para me abastecer por muito tempo.
Fico extremamente grato e honrado por participar de algo tão bonito quanto a ARTE SECRETA DO ATOR.
Obrigado Eugênio Barba.
Obrigado Julia Varley.
Obrigado Luciana Martuchelli.
Obrigado aos amigos e colegas de profissão que ali conheci.
Os grandes MESTRES do teatro já não estão mais conosco, restando poucas referências fortes para o teatro contemporâneo, o nosso teatro de hoje, e ter a oportunidade de trabalhar cara-a-cara com um deles foi uma das maiores experiências da minha vida.
São muitas memórias, lembranças, sensações, imagens e anotações sobre aqueles 07 profundos dias em que, pela primeira vez na minha vida, eu estava por minha conta. Sempre trabalhei com grupos, amigos, colegas - tudo o que sempre fiz foi acompanhado de outras pessoas - mas não desta vez. Ali eu estava sozinho, pegando avião sozinho, parando numa cidade que eu não conhecia nada nem ninguém e me entregando de coração para as mais intensas descobertas.
Eu poderia descrever quase que todos os momentos do curso - como a chegada no local combinado e os participantes se conhecendo pela primeira vez (não nos apresentávamos por nome, mas sim pela cidade de origem de cada um), havia aquela sensação de início de Big Brother: quem são essas pessoas? onde elas me levarão? o que acontecerá lá?, a descoberta do Solar Guadalupe - um capítulo a parte, de beleza e simplicidade indescritíveis, dos primeiros momentos na presença do Eugênio e da Julia, do início de amizades de começavam a se desenvolver entre os participantes... Vou pular todas essas lembranças e ir direto para o conhecimento, a experiência, o ensino.
Deixo claro, no entanto, que tudo é a minha perspectiva do curso - em momento algum quero dizer aqui verdades. Deixo claro que elas não existem. O que escreverei aqui são anotações e impressões que o Márcio Ramos, em dezembro de 2011 teve. Só.
Corpo. Voz. Energia. Natureza. Espiritualidade. Entendimento. Análise. Contato.
"Saber, fazendo!" - no que diz respeito do excesso de cautela em só estudar, estudar, estudar teatro (ter títulos e mais títulos acadêmicos), mas nunca transformar esses conhecimentos em teatro, de fato. Fazer teatro permite o desenvolvimento do nosso conhecimento.
A arte do ator é a arte de agir.
O princípal papel do ator é ser como uma árvore, que cresce para cima (o que os olhos externos percebem), mas algo também se esconde e cresce para baixo (aqui entra a técnica, a vivência, a experiência, o conhecimento).
O ator deve estar completamente preparado para representar a vida - POR COMPLETO.
Seja sua linguagem corporal, seu tipo de voz (sua sonoridade) e suas palavras (seus significados).
Ter muito certo que tipo de energia se quer conquistar ou criar com o público - e NUNCA deixar de trabalhar essa energia. E não ser especializado num certo tipo de convenção teatral - EXPERIMENTAR!
"Aprender a reaprender!", aprender a desaprender o que lhe foi dito, teatro é uma arte efêmera, em constante transformação - assim como suas bases, teorias, idéias, técnicas... Ator é lugar de acumular conhecimento. Ator tem que aprender tudo. Se não sabe algo - eliminar o bloqueio.
"Os cliches da vida são pedacinhos diferentes que remontamos de formas diversas" (achei tão lindo isso!)
"Ir contra a evolução da sociedade" - somos aristocratas do corpo.
"O ser humano pode fazer tudo sozinho. Menos teatro." Vejam nas artes, por exemplo: na música, artes plásticas, cinema, literatura - todas essas expressões artísticas continuam existindo, mesmo que não tenha ninguém vendo(absorvendo) elas. Já o teatro, se não tiver platéia, não é teatro (é um ensaio...hehehe). Precisamos do outro, seja para construir ou para reproduzir. Aliás, fazemos para o outro.
No teatro, numa apresentação, temos que fascinar o espectador. E gratificar ele, para que ele se sinta inteligênte. Esconder algumas peças, para apresentá-las de formas diferentes.
Não confundir movimento e ação. A arte do ator é justamente transformar um movimento em ação. Movimento é correr, simplismente. A ação seria fugir ou perseguir algo.
No trabalho com partitura física, constantemente temos movimentos que se transformam em ação (automaticamente pela mente do ator), o diretor/professor transformará de acordo com sua visão/necessidade - e aquela imagem/sensação que tinhamos com determinado movimento + partitura = ação será modificada. Mas cabe ao ator, sempre relembrar que intenção havia atrás de cada movimento modificado, para assim sempre transformá-lo em ação significante. Cuidar, pois constantemente há um comportamento físico que não corresponde as ações.
"O melhor ator sabe surpreender o público logo no início", palavras de Eugênio Barba (lembrete: NÃO SAIR ASSUSTANDO O PÚBLICO ASSIM QUE ENTRAR EM CENA! rs)
A técnica, a prática, o excercício diário do ator serve para construirmos a imagem do cisne; acima da água deslisa na água, calmo (aparenta total controle de sua função); abaixo da águaele pedala, trabalha (a consciencia de cada atitude, a inteligência em ação).
O espaço é sólido. Se eu crio ação - você reage.
O corpo é o melhor condutor de energia.
Dilatar, nada mais é do que FAZER APARECER.
Ator deve colocar o corpo em forma, para informar o público.
O ATOR é um emissário da vida - Manifestar, de forma manipulada.
O DIRETOR controla e descobre caminhos, para manipular o público.
O diretor é esquizofrenico:
-Tem que ver tudo de forma técnica.
-Tem ver tudo como se fosse o primeiro espectador.
"FAZ-SE UM ESPETÁCULO PARA O PÚBLICO SE SENTIR UM SOL." (com essa citação eu poderia parar de escrever, tem tanta paixão nessa frase.)
O público pode não entender, mas tem que sentir o espetáculo.
"Quando existe uma cena que eu não gosto, que não funciona, deixo ela lá até encontrar uma solução."
Ao mesmo tempo que cortar cenas é o que permite ser eficaz.
Se algo dá problema - elimine.
"O silêncio ou a música são mais fortes que a palavra."
Realizamos trabalhos de exaustão fisica, com partituras de movimentos, para termos a "possibilidade de conquista sobre a mente e o físico".
Esconder a ação: empurrar/tirar, introversão/extreversão.
A ação deve se desenvolver numa dinânima ternário e não binária - três elementos e nao dois.
Dois elementos: início e fim / desejo e conquista.
Com três elementos, incluimos a oposição, a dúvida, o questionamento do desenvolvimento da ação.
"O ARTISTA não respeita regras da moral da vida. Respeita regras de sua profissão."
Esconder as ações pode ser considerado meio cínico. Mas é uma forma de conhecer e manter sua energia.
Não se exibir. Criar e alimentar a sensibilidade.
Ações são como rios - nem sempre correm acima, as vezes correm abaixo da terra.
Num trabalho físico, sempre se trabalham as ações e o ritmo. Depois se trabalha o contexto, para então trabalhar a voz.
Evitar o uso do rosto, na construção de ações. Se a ação deve ser pesada, retirar qualquer sinal de peso do rosto para ter certeza que é o corpo quem está sentindo, e não a habilidade de interpretação do ator, pois o ator pode se enganar, deixando de realmente sentir sua ação.
Em determinado momento, Eugênio ensaiava com a Julia sua mais recente peça, com o Mr. Peanut (personagem característico que a Julia trabalha em várias peças). Eugênio queria refazer uma cena, e tinha a imagem de uma tempestade em sua mente, queria repassar essa imagem para Julia. Como? Ele começa a propor várias ações para ela desenvolver dentro do contexto da cena. Pede para ela representar cavalos enfurecidos, depois um fantasma violentando a mulher ou dois gladiadores lutando. Do conjunto dessas ações que se formaram, ele reconstitui a imagem da tempestade que ele queria. E ela, mesmo as ações ficando "picotadas", sempre relembrará de onde elas vieram, para não perder sua essencia.
Erotismo é imaginação, e não físico.
Por fim eles nos falam que as partituras físicas são só um caminho. Mas esse caminho tem que existir.
*Muitas destas citações, informações, anotações, estão recheadas de imagens e significados pra mim - que estava lá. Não sei da funcionalidade delas sozinhas, sem os bastidores. Mas vou imaginar que essas falas que eu anotei aqui são nossas partituras físicas - agora cabe a cada um escolher o que lhe serve, para aquilo que vocês querem contar.
Deixo registrado aqui, também, como é incrível ver que lendas vivas do teatro são tão acessiveis (ou muitas vezes mais acessiveis) do que os que vivem do nosso lado. Eugênio e Julia não tinham medo algum de revelar todos seus conhecimentos, todas suas experiências - um dos atos mais humildes que já vi em minha vida.
No final do curso, ao pedir para a Julia autografar seu livro, que eu havia comprado, recebi essas lindas palavras:
"QUERIDO MÁRCIO
SALTANDO
PULANDO
COM OLHOS ABERTOS PARA CONQUISTAR O MUNDO
COM VULNERABILIDADE.
UM ABRAÇO
JULIA"
Receber essas palavras, foi como um combustível para me abastecer por muito tempo.
Fico extremamente grato e honrado por participar de algo tão bonito quanto a ARTE SECRETA DO ATOR.
Obrigado Eugênio Barba.
Obrigado Julia Varley.
Obrigado Luciana Martuchelli.
Obrigado aos amigos e colegas de profissão que ali conheci.
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