VALE ASSISTIR | Jornal Pioneiro | Agenda | Carlinhos Santos
Sob uma ponte, um rosário de dores, um mundo de solidões. Estranhos
longe do paraíso buscam conclusões sobre o que houve ou não na noite
passada. A vida que resta escenada sob fragmentos
de falas, riffs de rock, discursos cruzados. Híbrida cena, potente em
recursos dramatúrgicos, ousadas soluções high tech e atuações pungentes
de Márcio Ramos e Roberto Ribeiro,
dirigidos por Jezebel de Carli. Jorro cênico para nos salvar das águas
pútreas que aguçam nossas feridas. A morte dando novo fôlego à vida.
Debaixo da ponte, no inferno, sonhando com o céu. Isso é IN HEAVEN.
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Resenha: IN HEAVEN | Jornal O Caxiense | Marcelo Aramis
Dúvida existencial
A velha guarda e a nova geração do teatro. Roberto Ribeiro e Márcio Ramos no palco. Poderiam estar separados por um abismo, mas o talento os coloca lado a lado, encurta a ponte. O espetáculo In Heaven, vencedor do Prêmio de Anual de Incentivo à Montagem 2010 é o extrato da experiência de Roberto e da plena juventude profissional de Márcio.Com direção de Jezebel De Carli, a peça tem fragmentos de 4 textos do jornalista e dramaturgo paulista Sérgio Róveri: O Encontro das Águas (texto-base), A Coleira de Bóris, Ensaio Para um Adeus Inesperado e A Noite do Aquário. Falam sobre solidão e fugas, perdas e reencontros, dor e redenção. Apolônio e Marcelo, um filosófico artesão e um jovem à beira do suicídio, se encontram sobre uma ponte: 17 metros de incertezas. É incômoda a linha entre a vida e a morte, o talvez, o “e se”. E a plateia, que no primeiro momento se julga segura à margem do rio, é empurrada ao parapeito, convidada a balançar entre o sim e o não. Estratégicos e inteligentes espelhos móveis, que são céu e rio, refletem também o público: personagem/cenário.
Nos espelhos, as águas da metáfora sobre a qual se debruçam, Marcelo e Apolônio criam um jogo no qual estão dispostos a perder. E a cena também é jogo: troca de personagens, diálogos em ecos, movimentos em reflexos. Roberto e Márcio dançam. Cada movimento é coreografado. E a apropriada estética da dança, espetáculo à parte, poderia se sobrepor aos diálogos. Não o faz. O texto é a estrela do espetáculo.
Volta-se para casa com um hipnótico verso da trilha sonora: In heaven everything is fine. Leva-se o desconforto de quem ouve – e quer acreditar – que no fim tudo ficará bem, mas tem sérias dúvidas. Seria a ponte uma prisão solitária e, então, o salto um voo para a liberdade? Jamais se saberá. E é esse desassossego que movimenta passos desequilibrados em terra firme.
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Crítica: O FAUNO, por Marcelo Aramis
Um ótimo texto e um grande ator, devem ser estes os principais ingredientes para uma peça de alto nível. O FAUNO, um monólogo escrito por Ana Fuchs para atuação de Márcio Ramos, é uma das melhores combinações dos últimos tempos no teatro caxiense. A peça revela o peso da dedicação ao processo criativo, sem o qual o talento seria desperdiçado da receita. A pesquisa, o estudo aprofundado, os testes... boa parte disso é colocado fora da finalização da montagem. E o quanto se dispensa de material é proporcional à qualidade do que sobra, o sumo da peça. O FAUNO, propício ao improviso, foi discutido, estudado, reconstruído e ensaiado à exaustão. É de exageros que se faz o melhor teatro.
Escrito por Marcelo Aramis, na coluna CAMARIM, página 26 do jornal O CAXIENSE, Ed. 129 - 18 de Maio de 2012.
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Crítica: O FAUNO, por Carlinhos Santos
Jornal Pioneiro, dia 22/05/2012.
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Matéria Curso com Eugênio Barba, do Jornal Zero Hora
"O fauno sorridente da foto é o ator e diretor teatral caxiense MÁRCIO RAMOS, um dos 15 artistas argentinos, chilenos e brasileiros – o único gaúcho – selecionados para participar de um curso ministrado por Eugenio Barba e Julia Varley, do mítico grupo dinamarquês Odin Teatret. O célebre diretor italiano e a atriz inglesa estão dando até segunda-feira em Brasília o curso A Arte Secreta do Ator. As atividades incluem ainda uma demonstração de trabalho e a performance Irmão Morto, com Julia Varley, palestra com Eugenio Barba e o diretor brasileiro Aderbal Freire-Filho e coquetel de lançamento da versão brasileira do livro Para um Teatro Pobre, do mestre teatrólogo Jerzy Grotowski. Ramos vai aproveitar a presença entre tantos teatreiros importantes para mostrar um fragmento do seu espetáculo O Fauno."Fonte: Zero Hora - Impresso
Autor: Redação
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Crítica: O Fauno, por Marcelo Aramis
Na antessala do inferno, me agrada atuar,por Marcelo Aramis | October 31, 2011.
http://ocaxiense.com.br/2011/10/na-antessala-do-inferno-me-agrada-atuar/É doloroso vê-lo curvado, equilibrado sobre os metatarsos, ombros deslocados, pulsos dobrados sobre as costas, pescoço torcido. A coreografia desgraçada de um homem bicho realmente dói. O ator não mascara o desconforto, mas age com a resignação de quem nasceu assim, torto.
Em O Fauno, que teve pré-estreia na sexta (28), no espaço do Teatro do Encontro, Márcio Ramos apresenta o resultado de um ano de trabalho dedicado e longas sessões de exercícios que deram a ele não somente um convincente corpo de fauno, mas um dos corpos mais disponíveis da cena local. “Sejam bem-vindos, se é que é possível dizer “bem-vindos aqui”, avisa o sarcástico Fauno, meio homem, meio cabra: inteiro Márcio. As moiras – “as velhas” – tecem, enrolam e cortam o fio da vida. Sob um emaranhado de frágeis fios de vida, a plateia é convidada a sentar-se. Estamos na antessala do reino subterrâneo de Hades, é meia-noite e não há esperanças de salvação. O inferno, o limbo ou o paraíso? Ninguém ali parecia merecer o terceiro. No entanto, ficamos à vontade, penduramos nossos fios de vida cheios de nós e aguardamos o julgamento. Primeiro o do Fauno, porque sarcásticos também somos.
O Fauno conta velhas histórias, debocha dos deuses e da mitologia sagrada, chupa os fios e revela os momentos mais sórdidos das vidas ordinárias que estão ali. Consciente das suas escolhas e não-escolhas, condenado antes mesmo do julgamento, o fauno ridiculariza o próprio infortúnio. Teme o inferno, mas não o julgamento dos novatos na sala de Hades. Sabe que ali há outros condenados ao mesmo destino, ainda que tenham percorrido caminhos diferentes. É ai que está a relação íntima entre o fauno e a plateia, acomodada ao mesmo nível do personagem. Além do desempenho corporal de Márcio, a temível “interação com o público”, profunda e opcional, é o que mais me surpreende no espetáculo.
Ninguém é exposto contra a vontade, mas todos, inevitavelmente, compõem o jogo cênico. É plástica a participação da plateia, que se faz personagem e cenário para a história do fauno. Convidados para a última ceia, os espectadores comungam da festa (sim, uma festa, ainda que desesperadora) da despedida do fauno. Comem, bebem, conversam. Sentei em três lugares durante a peça, porque eu quis. É escuro e a sala foi transformada em um labirinto de fios e nós, mais um acerto de Ana Lia Branchi. A teia e a penumbra fazem com que as pessoas se arrastem lentamente, ou caminhem curvadas como o fauno, para ocupar novos espaços. Sem ensaio, o público dança naturalmente a coreografia dos mortos famintos. Quem decide permanecer onde está não tem espetáculo ou atuação menores. Figura como a classe dos que tem mais chance do paraíso e pode observar de longe o animalesco jantar dos condenados.
O texto de Ana Fuchs, que dirige a peça e tem Tefa Polidoro como assistente, foi escrito em 2005 e transformado para a atuação de Márcio. A ficha técnica de grandes nomes tem ainda Cristina Lisot, que construiu um figurino capaz de dar mobilidade ao ator e destacar o as anomalias do fauno; trilha hipnótica de Fran Duarte e Tita Sachet e iluminação de Juarez Barazetti.
Em um debate após a peça, Márcio conta que o espetáculo pode se transformar a cada apresentação. O que deve mudar é a atuação da plateia, que não ensaia, mas é convidada a quebrar o monólogo. Uns mais medrosos, alguns mais piedosos, muitos adequadamente debochados. O riso corrosivo e os olhos arregalados de medo do fauno, repugnante, mas digno de piedade, devem permanecer. (por Marcelo Aramis, O Caxiense Revista)
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Aplausos, pela Coluna 3x4 - Carlinhos Santos, Jornal Pioneiro
Aplausos
- Needle, Carlos Bacchi Filho e curso de Tecnologia em Design de Moda da UCS: roupa além do vestir, moda também para pensar conceitos culturais.- Márcio Ramos, ampliando seus recursos de atuação em Fauno, Uêba Produtos Notáveis, pesquisando uma linguagem, e as oficinas com Carlos Simioni: fortalecimento da cena local.
- Manifestasol: coletivo independente apostando no fortalecimento da cultura local e seus produtos.
- Mississippi Delta Blues Festival: profissionalização da produção, atrações de qualidade.
... (by Carlinhos Santos)
http://www.clicrbs.com.br/pioneiro/rs/impressa/11,3615820,1217,18686,impressa.html
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Crítica: (E)Terno, por Carlinhos Santos
Jornal PioneiroColuna Sete Dias - "A Gente Viu"
"Polifania cênica
(E)terno,
monólogo que Tefa Polidoro levou ao palco do Teatro do Sesc quarta e
quinta-feira passadas, tem a riqueza da auto ralidade. Ao lidar com
material autobiográfico para encenar o feminino que espera, a atriz
vira menina, mãe e mulheres. A peça, com direção de Márcio Ramos, ora tem nuances tecidas na
filigrana, ora se vale do histrionismo da intérprete.
Na
primeira meia hora, a cena é despojada, limpa, quase minimal, numa
sequência de movimentações corporais que evidenciam o universo de
solidões, angústias e reminiscências do personagem. A forma com que a
atriz ocupa o palco, em procedimentos seguros, é especialmente rica
por, mesmo com poucos elementos, obter contundência cênica, no eco da
máxima de que menos é mais e mais é menos.
Depois
de apresentar, com ternura e delicadeza, o universo do abandono, a
atriz descrever o universo social da mesma personagem. Então, se vale
da caricatura e do humor, auxiliada pelo uso de vídeos familiares.
Consegue (ainda mais) empatia da plateia, mas talvez perca um pouco a
mão da precisão com que vinha tecendo sua delicada performance. De
qualquer forma, auxiliada pela seleção musical e pela iluminação, Tefa
Polidoro faz de seu monólogo uma polifania que enuncia sua vigorosa
presença cênica." (Por Carlinhos Santos)
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Crítica: (E)Terno, por Marcelo Aramis
Jornal O Caxiense Revista
http://ocaxiense.com.br/2012/06/sofrer-com-verdade-comover-com-sutileza/
Quando assisti (E)Terno, eu não sabia de nada. E achei extraordinário, pela qualidade que já conhecia de Tefa Polidoro e pela poesia perturbadora do espetáculo. Agora que sei isso que vou contar, a peça me parece ainda mais forte.
“Se essa rua se essa rua fosse minha. Eu mandava eu mandava ladrilhar…”, canta a voz feminina cheia de melancolia. A atuação de Tefa é como a própria canção, que tem a doce intenção de ninar mas, despretensiosamente, por inocência, faz chorar. Tefa é a mãe e a filha deixadas pelo pai. É também o homem da casa que ela imagina e as vizinhas que fofocam sobre o absurdo abandono. Apenas um terno pendurado em um cabide acompanha a atriz no palco. O paletó dança, oferece o braço para acompanhar a caminhada, brinca e dá um abraço que é placebo para curar a saudade.
Envolta em vídeos de família e lembranças, Tefa transita naturalmente entre diversos personagens. Enche o palco para falar do vazio. A menina idealiza o pai que partiu para uma viagem e não deu mais notícias. Porque todas as crianças têm um pai, ela também desenha o seu. Convive com aquela imagem enquanto espera o encontro do qual tem certeza. A mãe tenta suprir a ausência, mergulha em dúvidas, toca a vida. Parece bem menos crente naquele encontro sonhado pela filha, mas talvez seja mais esperançosa do que a criança. Antes de amargar a dor do abandono e o peso de assumir a casa, a mulher lamenta pelos momentos que o marido perde. Os primeiros passos, as novas palavras, as pequenas mudanças de quem cresce rápido… Cada conquista da filha traz também um pouco de dor porque não pode ser dividida com o pai. E ela guarda as mágoas para quando ele voltar.
Dirigido por Márcio Ramos e com orientação de Luciane Olendzki, o espetáculo prima pela simplicidade. É o que mais combina com o enredo e melhor aproveita a atuação visceral de Tefa. (E)Terno expõe uma tristeza que é bonita de se ver. Comove sem explorar o sofrimento. No entanto, aquela dor que Tefa espalha no palco e inunda a plateia não tem intenção de ser contida. A poesia conquista o público porque tem a timidez de quem acha feio não ter um pai e inocência da melancolia infantil.
Saí do espetáculo impressionado com a verdade que Tefa imprimia àqueles personagens e pela maneira sutil com que a mensagem tocava o público profundamente. Soube depois que a peça é autobiográfica, o que não torna mais fácil o trabalho da atriz. Tefa dança com aquele terno que foi do pai e guardou nos bolsos toda a esperança que ela teve na infância. Interage com vídeos da família e com a sua própria imagem quando menina fantasiando com o grande dia do fim da viagem. Não deve existir maior nudez. A direção do espetáculo precisou ser impecável para que a história se revelasse com a força e a delicadeza daquela dor real. Se essa rua fosse minha, eu não mudaria um ladrilho sequer. (Por Marcelo Aramis, O Caxiense Revista)
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Crítica: (E)Terno, por Marcelo Aramis
Jornal O Caxiense Revista
http://ocaxiense.com.br/2012/06/sofrer-com-verdade-comover-com-sutileza/
Quando assisti (E)Terno, eu não sabia de nada. E achei extraordinário, pela qualidade que já conhecia de Tefa Polidoro e pela poesia perturbadora do espetáculo. Agora que sei isso que vou contar, a peça me parece ainda mais forte.
“Se essa rua se essa rua fosse minha. Eu mandava eu mandava ladrilhar…”, canta a voz feminina cheia de melancolia. A atuação de Tefa é como a própria canção, que tem a doce intenção de ninar mas, despretensiosamente, por inocência, faz chorar. Tefa é a mãe e a filha deixadas pelo pai. É também o homem da casa que ela imagina e as vizinhas que fofocam sobre o absurdo abandono. Apenas um terno pendurado em um cabide acompanha a atriz no palco. O paletó dança, oferece o braço para acompanhar a caminhada, brinca e dá um abraço que é placebo para curar a saudade.
Envolta em vídeos de família e lembranças, Tefa transita naturalmente entre diversos personagens. Enche o palco para falar do vazio. A menina idealiza o pai que partiu para uma viagem e não deu mais notícias. Porque todas as crianças têm um pai, ela também desenha o seu. Convive com aquela imagem enquanto espera o encontro do qual tem certeza. A mãe tenta suprir a ausência, mergulha em dúvidas, toca a vida. Parece bem menos crente naquele encontro sonhado pela filha, mas talvez seja mais esperançosa do que a criança. Antes de amargar a dor do abandono e o peso de assumir a casa, a mulher lamenta pelos momentos que o marido perde. Os primeiros passos, as novas palavras, as pequenas mudanças de quem cresce rápido… Cada conquista da filha traz também um pouco de dor porque não pode ser dividida com o pai. E ela guarda as mágoas para quando ele voltar.
Dirigido por Márcio Ramos e com orientação de Luciane Olendzki, o espetáculo prima pela simplicidade. É o que mais combina com o enredo e melhor aproveita a atuação visceral de Tefa. (E)Terno expõe uma tristeza que é bonita de se ver. Comove sem explorar o sofrimento. No entanto, aquela dor que Tefa espalha no palco e inunda a plateia não tem intenção de ser contida. A poesia conquista o público porque tem a timidez de quem acha feio não ter um pai e inocência da melancolia infantil.
Saí do espetáculo impressionado com a verdade que Tefa imprimia àqueles personagens e pela maneira sutil com que a mensagem tocava o público profundamente. Soube depois que a peça é autobiográfica, o que não torna mais fácil o trabalho da atriz. Tefa dança com aquele terno que foi do pai e guardou nos bolsos toda a esperança que ela teve na infância. Interage com vídeos da família e com a sua própria imagem quando menina fantasiando com o grande dia do fim da viagem. Não deve existir maior nudez. A direção do espetáculo precisou ser impecável para que a história se revelasse com a força e a delicadeza daquela dor real. Se essa rua fosse minha, eu não mudaria um ladrilho sequer. (Por Marcelo Aramis, O Caxiense Revista)
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Crítica: (E)Terno, por Raulino Prezzi
19/04/2011Site Queb - Qual é a Boa?
Coluna Ciranda -
http://www.queb.com.br/
"Na Lista
Deve
ser a mesma sensação de ver um filho dar seus primeiros passos, estes
que com certeza serão traçados por um caminho de aventuras. (E) Terno, o
espetáculo teatral que leva à cena a atriz Tefa Polidoro não é nada
vazio, nem na cabeça, nem na boca, nem nos ouvido e muito menos nos
dedinhos dos pés. É denso, é forte, é completamente delineada e de uma
sensibilidade extrema que nos leva a se divertir numa montanha-russa de
emoções. Sem dúvida um dos espetáculos mais lindos que já assisti nos
últimos tempos. Com um trabalho corporal de dar inveja, Tefa se desdobra
com maestria entre vários personagens.
Destaque
para a cena do casaco, em que ela contracena com ela mesma, num ritual
de paixão, tesão e amor. Márcio Ramos acerta definitivamente na
direção e a trilha sonora que vai de Chico Buarque ao baião, cai como
uma luva. Confesso que não gosto muito do uso de imagens, uma vez que
já foi usado em vários espetáculo, mas talvez tenha que ser necessário
para contextualizar a vida da atriz. E teria mais cuidado com os cortes
secos na trilha sonora. Mas, técnica à parte, assistir Tefa Polidoro
em cena é a mesma sensação de comer um mousse somente depois da
salada." (Por Raulino Prezzi)___________________________________________________________
Críticas: ALI-SE ...aqui ou acolá..., por Carlinhos Santos
23/11/2010
Jornal Pioneiro
Coluna Sete Dias - "A Gente Viu!"
"Lá e cá da cena
Ali-se...Aqui e Acolá, que a Cia2 - Grupo de Teatro mostrou semana
passada no Teatro Pedro Parenti, em Caxias, recria um clássico,
inserindo questões, críticas, cacos. A queda no buraco, cena antológica
de Lewis Carroll, é feita com projeção de vídeo, instaurando a trama
sobre a legião de explorados pela, neste caso, Rainha de Ouros. Neste
país, nem tudo é maravilha. As imagens de miséria e poluição evidenciam o
caráter denunciativo da montagem. Cá entre nós: o tom maniqueísta, de
prédica, que se repete, talvez, não fosse tão necessário. Um chapeleiro
maluco e malemolente, à Carmem Miranda, põe o grupo para evoluir, com
eficiencia, no samba do jogo cênico. Lá no palco, Beta Padilha, Camila
Cardoso, Elvis Barbieri, Gabriel Leonardelli, Gabriel Zeni, Jéssica
Pistorello, Rachel Zílio e Vinícius Padilha revelam uma saudável
disposição para criar imagens corporais com inventividade.
O
trio de cantores atrapalhados, as fitas elásticas vermelhas que prendem
os personagens, a citação da brincadeira de imagem e ação e,
particularmente, a cena das pastorinhas, com uma delicada referência à
morte, finalizada na fusão da movimentação corporal com a imagem do
telão, evidenciam acertos da direção de Márcio Ramos e Tefa Polidoro. As
cituações irônicas ao universo dos sertanejos universitários e
"restarts" são start para divertidas ironias - a rainha dando tchauzinho
à soberana da Festuva, idem. São vários os pontos altos da empreitada,
também valorizada pela luz de Juarez Barazetti. No entanto, há uma queda
de rendimento quando os diálogos se alongam, o que pode ser resolvido à
medida em que o espetáculo for mais encenado. Mas, no conjunto, o lá e
cá da cena da Cia2 é uma bem articulada proposta na reta final da
temporada teatral caxiense de 2010. (Por Carlinhos Santos)_____________________________________________________
Críticas: Ao Quadrado
02/08/2010
Site Queb - Qual é a Boa?
Coluna Ciranda -
http://www.queb.com.br/
"Eu Vi
Se a proposta era sair de casa, sentar, assistir e se divertir até não
poder mais, ponto para eles. Estou falando do novo espetáculo da Cia2,
que estreou na última semana, com sucesso de público e crítica. Com
humor pra lá de ferino, a trupe comandada por Márcio Ramos, levou á cena
quatro quadros que, diga-se de passagem, serviram de bofetadas para
muitos espectadores. Sem pudores eles falaram de assuntos que muitas
vezes só se falam embaixo dos lençóis, levando, muitas vezes o público
ao êxtase da gargalhada (como diria Frejat - porque rir de tudo também é
uma forma de desespero).Destaque para Márcio Ramos no quadro Do Fundão, que faz e acontece com seu jeito debochado de ser, para Vini Padilha, que aos poucos vai descobrindo um certo equilibrio em suas interpretações e para Camila Cardoso que ganha reverência como destaque feminino em todo espetáculo (apesar de gritar muito no quadro Uma Vez Por Mês). Mas sem dúvida nenhuma, no melhor estilo Terça Insana, é Gabriel Leonardelli que arrasa no papel da "viciada" Virgem Maria, no quadro Maria Orgulhosa. Textos bons, mensagens boas, trilha sonora impecável e aplausos calorosos no final. Sem entrar no mérito de querer fazer o público sair do teatro pensando - você acaba saindo quadrado de tanto rir. Rejuvenescimento total." (Por Raulino Prezzi)
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Crítica: Ao Quadrado, por Carlinhos Santos
09/12/2010
Jornal Pioneiro
Agenda Cultural -
"Vale Assistir
Quando se vai ao teatro, o fundamental é encontrar verdade no jogo
cênico que justifica a ocupação de um palco. Desde que surgiu, a Cia2 -
Grupo de Teatro, dirigida por Márcio Ramos, tem crescido justamente por se desafiar. Ao Quadrado é
um exercício de grupo, de parcerias. Uns escrevem, outros dirigem, todos
encenam. Trata-se de uma dinâmica busca de reinvenção. E, mais uma vez,
eles apostam que o humor é um jeito bacana de conquistar o público."
(Por Carlinhos Santos)
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Crítica: Ao Quadrado, por Marcelo Muller
AO QUADRADO é uma busca pela simbiose entre a comicidade e o drama, e dá
um sentido de unidade no repertório da tão recente Cia2 - Grupo de
Teatro. Dentro do projeto "Novos Diretores" criado pelo diretor do grupo Márcio Ramos, a companhia criou um
espetáculo coral no qual os esquetes foram escritos e dirigidos pelos
próprios atores, expediente este que, creio, auxiliou os mesmos a terem
muito mais consciência de suas personas, de suas capacidades como corpos
cênicos. Se colocamos os dois trabalhos, o da estréia e este, em
perspectiva, há um enorme crescimento demonstrado, tão forte, na opinião
deste que vos escreve, que não me parece entusiasmo infundado apontar
AO QUADRADO como um dos trabalhos mais interessantes da recente produção
teatral caxiense. Nos quatro esquetes podemos degustar textos bem
escritos, cheios de referências da geração a que pertencem os artistas
que geriram o espetáculo. Há momentos hilários, e tentar exemplificá-los
seria condenar o leitor a muito mais linhas, pois não há como exaltar
somente alguns destes momentos em detrimento de tantos outros.
Porém, quem conseguir transpor as gargalhadas proporcionadas pelo desempenho solto dos atores, então guiados por forças próprias, verá que cada minuto de AO QUADRADO, encenação que se apresenta abertamente cômica, contém discussões pertinentes, versa sobre alguns dos grandes temas dos quais falei no começo, e pelos quais tanto me interesso. Amor, dissimulação, ódio, tolerância, sexualidade, cegueira religiosa, tudo está lá, muito bem disfarçado pelos trejeitos do elenco, que se beneficia da abertura que o riso provoca para penetrar no público, para discutir assuntos de maneira tão ou mais eficiente do que numa montagem carregada de solenidade. A forma como a Cia2 - Grupo de Teatro combina estas tipologias, faz com que, perdoem-me o preconceito reincidente, eu classifique AO QUADRADO como sendo bem mais do que uma comédia, ao fazer do riso um meio, não um fim." (Por Marcelo Muller)
Porém, quem conseguir transpor as gargalhadas proporcionadas pelo desempenho solto dos atores, então guiados por forças próprias, verá que cada minuto de AO QUADRADO, encenação que se apresenta abertamente cômica, contém discussões pertinentes, versa sobre alguns dos grandes temas dos quais falei no começo, e pelos quais tanto me interesso. Amor, dissimulação, ódio, tolerância, sexualidade, cegueira religiosa, tudo está lá, muito bem disfarçado pelos trejeitos do elenco, que se beneficia da abertura que o riso provoca para penetrar no público, para discutir assuntos de maneira tão ou mais eficiente do que numa montagem carregada de solenidade. A forma como a Cia2 - Grupo de Teatro combina estas tipologias, faz com que, perdoem-me o preconceito reincidente, eu classifique AO QUADRADO como sendo bem mais do que uma comédia, ao fazer do riso um meio, não um fim." (Por Marcelo Muller)
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Crítica: Ao Quadrado, por Cíntia Hecher
07 a 13/08/2010
Jornal O Caxiense
Aritmética Teatral -
"MULTIPLICAÇÕES DE EXPRESSÕES
Na peça Ao Quadrado, da Cia2, o elenco divide funções e encontra a fórmula para garantir resultados positivos.
Jornal O Caxiense
Aritmética Teatral -
"MULTIPLICAÇÕES DE EXPRESSÕES
Na peça Ao Quadrado, da Cia2, o elenco divide funções e encontra a fórmula para garantir resultados positivos.
Acumular funções é comum, inclusive na arte. Roman Polaski escreveu,
dirigiu e atuou em A Dança dos Vampiros. Woody Allen é autor, diretor e
estrela de grande parte de seus filmes. No papel de Chaves e Chapolin,
Roberto Gòmez Bolaños escrevia, dirigia, atuava e até vendia bala na
porta do teatro. Diretores-roteiristas-atores, que são de tudo um pouco,
ampliam a visão sobre sua arte.
Em Caxias, a proposta mais recente de uma cena multifuncional é da Cia2, companhia de teatro advinda do grupo Atores Reunidos. Duas companhias independentes com o mesmo núcleo de atores. A provocação veio do coordenador da Cia2, Márcio Ramos, no final de 2009. Com o nome de Novos Diretores, o projeto convidou os atores a uma troca de papéis. O resultado foi a peça Ao Quadrado, que motivou elogios além das atuações.
A peça estreou na última terça-feira (31) com o Teatro Municipal praticamente lotado. A sessão de sábado teve aproximadamente 250 pessoas, uma grande platéia para uma noite úmida e fria. São quatro esquetes com o pé na comédia. Não, com o corpo todo. Todas têm autoria e direção dos próprios componentes do grupo. A primeira é o pastelão LeguMaravilha, dirigido por Camila Cardoso e Vinícius Padilha. O ambiente é um programa infantil onde um casal verstido de tomate e cenoura animam a criançada e ao mesmo tempo se hostilizam. Em seguida, em Uma Vez Por Mês, com direção de Gabriel Zeni e Rachel Zílio, um marido enfrenta sua arqui-inimiga: a TPM da esposa. Depois, tem aula de educação sexual com três alunos mais do que escolados na esquete Do Fundão. A direção é de Gabriel Leonardelli, Gabriel Zeni e Márcio Ramos. O destaque da peça é Maria Orgulhosa, onde a Virgem é retratada como uma burocrata cansada de seu serviço, julgar as almas dos desencarnados. Direção nas mãos de Gabriel Leonardelli e Rachel Zílio.
O nome Ao Quadrado é resultado da seguinte fórmula: "nos dividimos em quatro núcleos para desenvolver o trabalho. Perdemos a unidade para ensaiar em quatro grupos pequenos. Então, a Cia2 virou quatro, ao quadrado", calcula Márcio, que segue carreira de ator profissional há nove anos e já teve experiência escrevendo e dirigindo anteriormente. Segundo o ator, esse era o momento de "colocar eles na roda". A intenção foi dar liberdade para cada um cuidar do conjunto de uma peça teatral. A oportunidade foi uma resposta natural ao crescimento do grupo. "Juntou a fome com a vontade de comer", brinca Márcio.
O resultado superou expectativas e mostrou que o ator pode ter interesse - e sucesso - em outras áreas além da atuação. "Eu escrevo não porque que ser autor nem dirijo porque quero ser um grande diretor. Eu me dedico a tudo que me interessa. Tudo reverbera no trabalho do ator", diz Márcio. No início eram três esquetes: a comédia dos legumes na TV e mais dois outros gêneros. Márcio, que seria só ator, envolveu-se com a energia do grupo e quis participar da criação também. Dois meses antes da estréia, escreveu a esquete Do Fundão. ((Por Cìntia Hecher)
Em Caxias, a proposta mais recente de uma cena multifuncional é da Cia2, companhia de teatro advinda do grupo Atores Reunidos. Duas companhias independentes com o mesmo núcleo de atores. A provocação veio do coordenador da Cia2, Márcio Ramos, no final de 2009. Com o nome de Novos Diretores, o projeto convidou os atores a uma troca de papéis. O resultado foi a peça Ao Quadrado, que motivou elogios além das atuações.
A peça estreou na última terça-feira (31) com o Teatro Municipal praticamente lotado. A sessão de sábado teve aproximadamente 250 pessoas, uma grande platéia para uma noite úmida e fria. São quatro esquetes com o pé na comédia. Não, com o corpo todo. Todas têm autoria e direção dos próprios componentes do grupo. A primeira é o pastelão LeguMaravilha, dirigido por Camila Cardoso e Vinícius Padilha. O ambiente é um programa infantil onde um casal verstido de tomate e cenoura animam a criançada e ao mesmo tempo se hostilizam. Em seguida, em Uma Vez Por Mês, com direção de Gabriel Zeni e Rachel Zílio, um marido enfrenta sua arqui-inimiga: a TPM da esposa. Depois, tem aula de educação sexual com três alunos mais do que escolados na esquete Do Fundão. A direção é de Gabriel Leonardelli, Gabriel Zeni e Márcio Ramos. O destaque da peça é Maria Orgulhosa, onde a Virgem é retratada como uma burocrata cansada de seu serviço, julgar as almas dos desencarnados. Direção nas mãos de Gabriel Leonardelli e Rachel Zílio.
O nome Ao Quadrado é resultado da seguinte fórmula: "nos dividimos em quatro núcleos para desenvolver o trabalho. Perdemos a unidade para ensaiar em quatro grupos pequenos. Então, a Cia2 virou quatro, ao quadrado", calcula Márcio, que segue carreira de ator profissional há nove anos e já teve experiência escrevendo e dirigindo anteriormente. Segundo o ator, esse era o momento de "colocar eles na roda". A intenção foi dar liberdade para cada um cuidar do conjunto de uma peça teatral. A oportunidade foi uma resposta natural ao crescimento do grupo. "Juntou a fome com a vontade de comer", brinca Márcio.
O resultado superou expectativas e mostrou que o ator pode ter interesse - e sucesso - em outras áreas além da atuação. "Eu escrevo não porque que ser autor nem dirijo porque quero ser um grande diretor. Eu me dedico a tudo que me interessa. Tudo reverbera no trabalho do ator", diz Márcio. No início eram três esquetes: a comédia dos legumes na TV e mais dois outros gêneros. Márcio, que seria só ator, envolveu-se com a energia do grupo e quis participar da criação também. Dois meses antes da estréia, escreveu a esquete Do Fundão. ((Por Cìntia Hecher)
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Críticas: Paranoia (Sit Down Comedy)
14/11/2008
Site Queb - Qual é a Boa?
Coluna Ciranda -
http://www.queb.com.br/
"Sangue Novo -
A Cia2 - Grupo de Teatro, dirigido por Márcio Ramos, estreou com tudo no
último fim-de-semana. A trupe, que levou ao palco da Casa da Cultura o
espetáculo "Paranoia", fez e aconteceu. No melhor estilo, esquetes
(rápidas e rasteiras), escritas por Márcio, teve um elenco afinado e
disposto a entrar no time dos arteiros da cidade. Tefa Polidoro é um
caso à parte, ela entra em cena e arrasa. Destaque para as atrizes
Rachel Zílio e Camila Cardoso que, com suas performances estreantes,
deram conta do recado e mostraram a que vieram." (Por Raulino Prezzi)
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Crítica: Paranoia, por Carlinhos Santos
28/05/2009
Jornal Pioneiro
Coluna Sete Dias - "A Gente Viu!"
"Fragmentados ao meio
Jornal Pioneiro
Coluna Sete Dias - "A Gente Viu!"
"Fragmentados ao meio
Paranoia (Sit Down Comedy), apresentada no fim de semana passado no
Teatro Pedro Parenti, começa irreverente. Sentados entre a platéia, como
se estivessem num banheiro, os atores aludem a MSNs, nicknames, Orkut e
salas de bate-papo.
No palco, o roteiro segue mostrando personagens acossados entre memórias, tentativa de diálogo, algumas escatologias, outras perversões, num bric-à-brac de desabafos e pedidos por socorro. Família, igreja e preconceito são alvos destes solilóquios entremeados por movimentos coletivos. Há boa luz para as personagens prêt-à-porter, que emergem no bom recurso de uniformizar o figurino, com uma ou outra roupa vestida na boca de cena, anunciando o próximo número/tipo. A peça se encerra com uma imagem que remete à involução humana de solidões contemporâneas reais entremeadas por comunidades de amigos virtuais.
Entre o bom começo e o belo fim, os fragmentos fragilizam a narrativa. Louva-se, no entanto, a determinação de Márcio Ramos em colocar suas idéias em cena, assinando texto e direção. A Cia2 se lança no teatro caxiense demonstrando vontade cênica. A dramaturgia da montagem é que se esgarça um pouco no decorrer deste espetáculo de estréia. Mas, sem começar, não há caminho a seguir." (Por Carlinhos Santos)
No palco, o roteiro segue mostrando personagens acossados entre memórias, tentativa de diálogo, algumas escatologias, outras perversões, num bric-à-brac de desabafos e pedidos por socorro. Família, igreja e preconceito são alvos destes solilóquios entremeados por movimentos coletivos. Há boa luz para as personagens prêt-à-porter, que emergem no bom recurso de uniformizar o figurino, com uma ou outra roupa vestida na boca de cena, anunciando o próximo número/tipo. A peça se encerra com uma imagem que remete à involução humana de solidões contemporâneas reais entremeadas por comunidades de amigos virtuais.
Entre o bom começo e o belo fim, os fragmentos fragilizam a narrativa. Louva-se, no entanto, a determinação de Márcio Ramos em colocar suas idéias em cena, assinando texto e direção. A Cia2 se lança no teatro caxiense demonstrando vontade cênica. A dramaturgia da montagem é que se esgarça um pouco no decorrer deste espetáculo de estréia. Mas, sem começar, não há caminho a seguir." (Por Carlinhos Santos)
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Crítica: Paranoia, por Cíntia Hecher
12 a 18/06/2010
Jornal O Caxiense
Coluna Artes - Teatro -
"Para rir descaradamente
Jornal O Caxiense
Coluna Artes - Teatro -
"Para rir descaradamente
As luzes focam a platéia. Não só algum elemento cênico diferenciado, um
efeito. Elas apontam para como somos, fomos, nos comportamos. Como
queremos ser, como evitamos aparecer. Talvez não seja tão filosófico
assim. Mas que tem um dedo apontado na direção do umbigo, isso tem. Com
autoria e direção de Márcio Ramos, Paranoia tem ele e mais sete atores
perambulando em cena. São esquetes, cada uma trazendo alguns dos anseios
mais comuns ao ser humano.
A peça, que estreou no final de 2008 - ano em que o pessoal da Cia2 passou ensaiando e se preparando para ela -, terá suas últimas apresentações neste final de semana. Últimas na cidade, pelo menos. Será inscrita em festivais para ultrapassar os limites citadinos. E merece alcançar novos públicos, já que por mais espalhadas que estejam no mundo, as pessoas têm tanto em comum que nem fazem idéia. É uma daquelas peças para se identificar, seja na risada contida, na gargalhada, no choro deslavado. No sentido descarado da palavra. Este é até um bom adjetivo para a montagem como um todo. Sem compromisso com regras, frases feitas, pré-conceitos e sisudez. Como subtítulo, carrega a expressão sit down comedy, idéia de Márcio que é contraponto ao agora tão popular (mas nem sempre competente) stand up comedy. Em Paranoia, todo mundo fica é sentado mesmo.
Mas nem só de comédia se vive. Mesmo que existam momentos hilários, há os instantes reflexivos. A solidão é assunto frequente, sendo o medo dela uma das inspirações. Uma das esquetes é exatamente sobre isso, o que obriga o espectador olhar para si e questionar-se "eu me basto?". Gonzaguinha disse que ninguém é feliz sozinho, nem o pobre nem o rei. Tom Jobim corrobora, em Wave, de maneira mais enfática: "é impossível viver sozinho".
Paranoia, como bem alerta com nome, provoca a discussão interna, amplia o "será?". Situações cotidianas são o que aproximam o pública, que acena que sim com a cabeça em várias das situações, desde conversas em banheiro público, secretária de empresa ao telefone, até durante uma festa. Com piadinhas que vão da delicadeza da cantora Sandy ao pavor que a falta de luz traz aos solitários, o espetáculo se contrói, com atuação marcante de talentosos atores da cidade que se vestem com uma roupa cor de pele , nude mesmo. Para marcar mais ainda aquela história de que, na verdade, somos todos iguais. No fundo, temos o mesmo. (Por Cíntia Hecher)
A peça, que estreou no final de 2008 - ano em que o pessoal da Cia2 passou ensaiando e se preparando para ela -, terá suas últimas apresentações neste final de semana. Últimas na cidade, pelo menos. Será inscrita em festivais para ultrapassar os limites citadinos. E merece alcançar novos públicos, já que por mais espalhadas que estejam no mundo, as pessoas têm tanto em comum que nem fazem idéia. É uma daquelas peças para se identificar, seja na risada contida, na gargalhada, no choro deslavado. No sentido descarado da palavra. Este é até um bom adjetivo para a montagem como um todo. Sem compromisso com regras, frases feitas, pré-conceitos e sisudez. Como subtítulo, carrega a expressão sit down comedy, idéia de Márcio que é contraponto ao agora tão popular (mas nem sempre competente) stand up comedy. Em Paranoia, todo mundo fica é sentado mesmo.
Mas nem só de comédia se vive. Mesmo que existam momentos hilários, há os instantes reflexivos. A solidão é assunto frequente, sendo o medo dela uma das inspirações. Uma das esquetes é exatamente sobre isso, o que obriga o espectador olhar para si e questionar-se "eu me basto?". Gonzaguinha disse que ninguém é feliz sozinho, nem o pobre nem o rei. Tom Jobim corrobora, em Wave, de maneira mais enfática: "é impossível viver sozinho".
Paranoia, como bem alerta com nome, provoca a discussão interna, amplia o "será?". Situações cotidianas são o que aproximam o pública, que acena que sim com a cabeça em várias das situações, desde conversas em banheiro público, secretária de empresa ao telefone, até durante uma festa. Com piadinhas que vão da delicadeza da cantora Sandy ao pavor que a falta de luz traz aos solitários, o espetáculo se contrói, com atuação marcante de talentosos atores da cidade que se vestem com uma roupa cor de pele , nude mesmo. Para marcar mais ainda aquela história de que, na verdade, somos todos iguais. No fundo, temos o mesmo. (Por Cíntia Hecher)
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