Desde agosto de 2012 eu venho trabalhando com um grupo de atores que, primeiramente fizeram aulas de teatro e participaram de uma montagem teatral no Teatro Moinho da Estação, espaço onde mantenho aulas de teatro semanal.
A proposta era remontar um espetáculo teatral que eu havia dirigido em 2008, chamado Paranoia.
O Paranoia trabalhava com mini-monólogos, textos fragmentados, numa cena contemporânea.
Eu gostava e gosto muito ainda daquele trabalho.
Era uma espécie de "stand up comedy" ao contrário, onde todos atores realizavam suas cenas sentados, mas com o auxílio dos demais atores para compor suas cenas individuais.
No início do processo eu alertei os novos atores que eu estava relendo os textos antigos e eu não sentia mais necessidade de levá-los para cena novamente. A função deles já havia sido finalizada. Assim, comecei a escrever novos textos inspirados em "energias corporais" que apareciam nos trabalhos com este novo grupo.
Foi um trabalho realizado em tempo recorde, pois iniciamos os encontros em agosto, apenas em setembro eu entreguei os novos textos, outubro serviu para eu pirar no cabeção e tentarmos diversar abordagens cênicas com os textos e finalmente em novembro estruturamos e apresentamos. Foi uma loucura!
Apresentamos numa estrutura de "Mostra"... um trabalho em construção.
Agora, em 2013, retomamos o trabalho, alguns atores tiveram que sair do trabalho, ficando apenas 06 atores em cena: Eriel Leite, Gabrielle Mendes, Joe Guidini, Ketlim Favero, Louise Pierosan e Victor Witt.
Os nossos encontros seguem com uma energia livre. O que a maioria está propondo é o que determina a atmosfera do ensaio. Eu ainda me percebo em momentos "caxias" querendo correr e trabalhar, trabalhar, organizar, menos risada, mais seriedade... Mas se tem algo que aprendi é que o teatro não precisa ser só assim. Tem momentos para ser assim. Vários momentos... Mas o ensaio é um dos únicos momentos onde deixar a energia do grupo viva é essencial para manter o grupo vivo. Seja na palhaçada, brincadeiras, erros, mas somos feitosa disso também.
Agora, com a nova peça reorganizada, com novos textos e personagens, com uma estética oposta ao antigo Paranoia, decido retirar o nome da antiga peça e rebatizar o novo trabalho como "Perturbadoramente Vivos".