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Diário online do ator Márcio Ramos - relatos, pensamentos, agenda, críticas...

sábado, 27 de abril de 2013

Mini-Temporada de "O FAUNO" no TME

Nos dias 20 e 21/04, sábado e domingo, realizei duas apresentações da peça O FAUNO no Teatro Moinho da Estação.
A sala onde apresentei foi perfeita para a realização da peça, que propõe um espaço cênico intimista.
Fechei mais da metade da sala com lonas pretas, posicionei os holofotes e começamos a pendurar os fios.
Um detalhe diferente foi a utilização de escadas de contrução para compor do cenário. Do lado do TME estão finalizando uma construção, e lá eu peguei 07 escadas de vários tamanhos para distribuir pelo espaço cênico.
Ficou legal, pois consegui utilizar as escadas durante as cenas. Logo no início, eu fiquei no topo de uma escada escondido, para após a entrada de todo público, com as luzes apagadas, começar a tocar a flauta.
Lá do alto eu começava com o texto e ia descendo pela escada (numa posição meio exorcista, mas era o que meu corpo conseguia fazer naquela altura...pois tenho um pouco de medo de altura).
No sábado a apresentação foi super intima, densa, com momentos delicados. Foi bem emotiva, para mim, contar a história do Fauno naquele dia. Em determinado momento tive que parar a história de seu amor por uma ninfa, pois as lagrimas estavam vindo e tomando conta do meu corpo.
Deixei o choro vir e logo retomei com uma energia de amargura, nojo e raiva. É muito interessante, para mim, vivenciar e deixar essas emoções surgirem e deixar elas me guiarem pelo jogo dramático.
Tenho a oportunidade de deixar meus instintos livres... Nem sempre eles me guiam para os melhores caminhos... Mas nem sempre os melhores caminhos são os mais interessantes cênicamente...
Domingo a peça retornou para sua estrutura mais debochada. Eu pratiquei muito uma técnica de kundalini antes das apresentações, e é bem legal ver como a ativação deste chacra mais básico, da criação, sexual, ser aflorado dentro do trabalho.
A única dificuldade foi realizar duas apresentações onde falo durante 1 hora sem parar, com diversas modulações vocais, com uma inflamação na garganta e tomando antibiótico. No segundo dia o corpo já queria descançar e eu não podia perder a energia. No domingo, na parte final da peça, minha voz já demonstrava falhas...pelo seu estado de saúde e pelo uso demasiado... Como é ruim precisar do teu corpo 100% e poder contar apenas com 80% dele... Mas, nosso ofício é feito de momentos assim tbm...

Em breve agendarei novas datas para a peça.

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