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Diário online do ator Márcio Ramos - relatos, pensamentos, agenda, críticas...

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Catarse TOTAL!

Nessas últimas semanas tenho tido muito medo da minha morte.
A sensação de que algo está chegando ao fim, que algo se aproxima é muito forte.
Medo de não ver minha família, de não finalizar meus projetos, de não alcançar meus objetivos, de não aprender coisas novas... Medo de não viver mais aqui.

Comecei a estranhar, pois nunca fui de questionar tanto assim a morte, ainda mais a minha.
Intensifiquei as orações, mas continuava com a forte sensação de que algo ruim iria acontecer.
Piorou qdo fui viajar p/ Goiania, me despedir das pessoas de casa, deixar minhas coisas pra trás, ficar dias longe da minha gatinha Sookie pela primeira vez estava me roendo por dentro.

Mas tipo, roendo mesmo.
Chorei tanto dentro do ônibus.
Chorei. Chorei. Chorei. Me senti criança de novo, com medo das coisas que eu não entendia, desses sentimentos que apareciam e eu não compreendia.

Daí passou.
Na volta, conversando com minha mãe e contando essas coisas pra ela, ela me questiona:
"-E tu não sabe pq está sentindo tudo isso?"
Eu respondo com um óbvio "não!!!", e ela me sai com a explicação mais óbvia ainda.
"Tu tá lidando com esse assunto de morte desde o início do ano com o Fauno, em alguma hora esse assunto iria mexer contigo."

Faltou aquele barulho de moeda caído, pq foi "batata", como diria Nelson Rodrigues.
Daí comecei a perceber que é a primeira vez que uma peça mexeu tanto assim comigo. E claro, o fato da estreia estar se aproximando, os medos tbm começam a aflorar.
Não acredito que quem for assistir a peça sentirá o mesmo que eu, afinal eu estou em processo de construção desse personagem e dessa peça por mais de 8 meses, sempre dentro do mesmo clima, dos mesmos pensamentos e dizeres que contém o texto da peça. Dou vida para um personagem e vejo ele acabando, pouco a pouco...
É muito louco!
Quem assistir terá somente a visão de fora, e suas impressões e percepções sobre aquilo. Sim, tem momentos fortes, tanto de sensações qto de questionamentos diretos p/ o público sobre escolhas de vida mesmo. Questionamentos que só fazemos qdo estamos diante de dificuldades, e a morte precoce é uma delas.
Mas foi bom sentir tudo aquilo, sinto que algo foi trabalho internamente.
Agora consegui substituir o medo da morte pela ansiedade e desejo de trabalho, p/ que a peça fiquei cada vez melhor.

Pela primeira vez entrei no meu próprio "labirinto interno" e graças a minha mãe eu saí dele!

"Uhanoooo!!! Nova Bassano!!!"

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