Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil

Diário online do ator Márcio Ramos - relatos, pensamentos, agenda, críticas...

domingo, 13 de março de 2011

Críticas e Reviews - Ao Quadrado

Espetáculo "Ao Quadrado"


02/08/2010
Site Queb - Qual é a Boa?
Coluna Ciranda -
http://www.queb.com.br/

"Eu Vi

Se a proposta era sair de casa, sentar, assistir e se divertir até não poder mais, ponto para eles. Estou falando do novo espetáculo da Cia2, que estreou na última semana, com sucesso de público e crítica. Com humor pra lá de ferino, a trupe comandada por Márcio Ramos, levou á cena quatro quadros que, diga-se de passagem, serviram de bofetadas para muitos espectadores. Sem pudores eles falaram de assuntos que muitas vezes só se falam embaixo dos lençóis, levando, muitas vezes o público ao êxtase da gargalhada (como diria Frejat - porque rir de tudo também é uma forma de desespero).
Destaque para Márcio Ramos no quadro Do Fundão, que faz e acontece com seu jeito debochado de ser, para Vini Padilha, que aos poucos vai descobrindo um certo equilibrio em suas interpretações e para Camila Cardoso que ganha reverência como destaque feminino em todo espetáculo (apesar de gritar muito no quadro Uma Vez Por Mês). Mas sem dúvida nenhuma, no melhor estilo Terça Insana, é Gabriel Leonardelli que arrasa no papel da "viciada" Virgem Maria, no quadro Maria Orgulhosa. Textos bons, mensagens boas, trilha sonora impecável e aplausos calorosos no final. Sem entrar no mérito de querer fazer o público sair do teatro pensando - você acaba saindo quadrado de tanto rir. Rejuvenescimento total." (Por Raulino Prezzi)

___________________________________________________________________

09/12/2010
Jornal Pioneiro
Agenda Cultural -

"Vale Assistir

Quando se vai ao teatro, o fundamental é encontrar verdade no jogo cênico que justifica a ocupação de um palco. Desde que surgiu, a Cia2 - Grupo de Teatro tem crescido justamente por se desafiar. Ao Quadrado é um exercício de grupo, de parcerias. Uns escrevem, outros dirigem, todos encenam. Trata-se de uma dinâmica busca de reinvenção. E, mais uma vez, eles apostam que o humor é um jeito bacana de conquistar o público." (Por Carlinhos Santos)

___________________________________________________________


02/08/2010
Site The Tramps
http://www.litcine.blogspot.com/

"(Cia2)

AO QUADRADO é uma busca pela simbiose entre a comicidade e o drama, e dá um sentido de unidade no repertório da tão recente Cia2 - Grupo de Teatro. Dentro do projeto "Novos Diretores", a companhia criou um espetáculo coral no qual os esquetes foram escritos e dirigidos pelos próprios atores, expediente este que, creio, auxiliou os mesmos a terem muito mais consciência de suas personas, de suas capacidades como corpos cênicos. Se colocamos os dois trabalhos, o da estréia e este, em perspectiva, há um enorme crescimento demonstrado, tão forte, na opinião deste que vos escreve, que não me parece entusiasmo infundado apontar AO QUADRADO como um dos trabalhos mais interessantes da recente produção teatral caxiense. Nos quatro esquetes podemos degustar textos bem escritos, cheios de referências da geração a que pertencem os artistas que geriram o espetáculo. Há momentos hilários, e tentar exemplificá-los seria condenar o leitor a muito mais linhas, pois não há como exaltar somente alguns destes momentos em detrimento de tantos outros.
Porém, quem conseguir transpor as gargalhadas proporcionadas pelo desempenho solto dos atores, então guiados por forças próprias, verá que cada minuto de AO QUADRADO, encenação que se apresenta abertamente cômica, contém discussões pertinentes, versa sobre alguns dos grandes temas dos quais falei no começo, e pelos quais tanto me interesso. Amor, dissimulação, ódio, tolerância, sexualidade, cegueira religiosa, tudo está lá, muito bem disfarçado pelos trejeitos do elenco, que se beneficia da abertura que o riso provoca para penetrar no público, para discutir assuntos de maneira tão ou mais eficiente do que numa montagem carregada de solenidade. A forma como a Cia2 - Grupo de Teatro combina estas tipologias, faz com que, perdoem-me o preconceito reincidente, eu classifique AO QUADRADO como sendo bem mais do que uma comédia, ao fazer do riso um meio, não um fim." (Por Marcelo Muller)

________________________________________________________________


07 a 13/08/2010
Jornal O Caxiense
Aritmética Teatral -

"MULTIPLICAÇÕES DE EXPRESSÕES
Na peça Ao Quadrado, da Cia2, o elenco divide funções e encontra a fórmula para garantir resultados positivos.

Acumular funções é comum, inclusive na arte. Roman Polaski escreveu, dirigiu e atuou em A Dança dos Vampiros. Woody Allen é autor, diretor e estrela de grande parte de seus filmes. No papel de Chaves e Chapolin, Roberto Gòmez Bolaños escrevia, dirigia, atuava e até vendia bala na porta do teatro. Diretores-roteiristas-atores, que são de tudo um pouco, ampliam a visão sobre sua arte.
Em Caxias, a proposta mais recente de uma cena multifuncional é da Cia2, companhia de teatro advinda do grupo Atores Reunidos. Duas companhias independentes com o mesmo núcleo de atores. A provocação veio do coordenador da Cia2, Márcio Ramos, no final de 2009. Com o nome de Novos Diretores, o projeto convidou os atores a uma troca de papéis. O resultado foi a peça Ao Quadrado, que motivou elogios além das atuações.
A peça estreou na última terça-feira (31) com o Teatro Municipal praticamente lotado. A sessão de sábado teve aproximadamente 250 pessoas, uma grande platéia para uma noite úmida e fria. São quatro esquetes com o pé na comédia. Não, com o corpo todo. Todas têm autoria e direção dos próprios componentes do grupo. A primeira é o pastelão LeguMaravilha, dirigido por Camila Cardoso e Vinícius Padilha. O ambiente é um programa infantil onde um casal verstido de tomate e cenoura animam a criançada e ao mesmo tempo se hostilizam. Em seguida, em Uma Vez Por Mês, com direção de Gabriel Zeni e Rachel Zílio, um marido enfrenta sua arqui-inimiga: a TPM da esposa. Depois, tem aula de educação sexual com três alunos mais do que escolados na esquete Do Fundão. A direção é de Gabriel Leonardelli, Gabriel Zeni e Márcio Ramos. O destaque da peça é Maria Orgulhosa, onde a Virgem é retratada como uma burocrata cansada de seu serviço, julgar as almas dos desencarnados. Direção nas mãos de Gabriel Leonardelli e Rachel Zílio.
O nome Ao Quadrado é resultado da seguinte fórmula: "nos dividimos em quatro núcleos para desenvolver o trabalho. Perdemos a unidade para ensaiar em quatro grupos pequenos. Então, a Cia2 virou quatro, ao quadrado", calcula Márcio, que segue carreira de ator profissional há nove anos e já teve experiência escrevendo e dirigindo anteriormente. Segundo o ator, esse era o momento de "colocar eles na roda". A intenção foi dar liberdade para cada um cuidar do conjunto de uma peça teatral. A oportunidade foi uma resposta natural ao crescimento do grupo. "Juntou a fome com a vontade de comer", brinca Márcio.
O resultado superou expectativas e mostrou que o ator pode ter interesse - e sucesso - em outras áreas além da atuação. "Eu escrevo não porque que ser autor nem dirijo porque quero ser um grande diretor. Eu me dedico a tudo que me interessa. Tudo reverbera no trabalho do ator", diz Márcio. No início eram três esquetes: a comédia dos legumes na TV e mais dois outros gêneros. Márcio, que seria só ator, envolveu-se com a energia do grupo e quis participar da criação também. Dois meses antes da estréia, escreveu a esquete Do Fundão.
Uma das esquetes que tinha tom mais dramático era escrita por Gabriel Leonardelli. Maria Orgulhosa já foi um drama sobre um garoto de programa e religião, bem distante da leveza da versão final. O tema religioso se manteve. Do drama à comédia, foram dois dias de adaptação. A facilidade pra escrever de Gabriel vem da redação publicitária, por formação, e das aventuras por blogues e crônicas. A visão mais sarcástica presente nos seus escritos gerava reações: "ou o povo me achava nojento ou o povo ria". O tema religião o incomoda, por isso foi escolhido como elemento principal da sua primeira experiência com o texto de teatro. "Mesmo sendo uma comédia, não pode ser vazio. Fico frustrado quando não consigo tirar nada do que estou assistindo".
Além de ser autor do texto, Gabriel também assumiu a direção, com a colega Rachel Zílio, que ocupou-se mais com a produção e a orientação de Gabriel na hora do ensaio, já que ele representa a Maria do título. Gabriel Zeni representa o Anjo Gabriel, assistente puxa-saco da Virgem. Muito da construção dos personagens e da história veio de sugestões e improvisos. Como bem disse Márcio, repetido por Gabriel Leonardelli, "50% é texto ensaiado, outros 50% é improviso, é troca de energia com a platéia".
Gabriel exalta-se ao dizer que dirigir e escrever para si mesmo foi um trabalho difícil e um desafio, não que a atuação seja fácil. "Perco o sono, uma semana antes da estréia eu surto , um dia antes viro um demônio", brinca. Quando a avaliação recai também sobre o texto e direção, o vervosismo triplica. "Sempre espero ter essa preocupação e nervosismo. Não quero nunca estar pronto. Tenho muito chão pela frente", ressalta. "Quero trabalhar para crescer, sempre me descobrir. Vou ser um velhinho caquético que diz "eu tenho muito que aprender".
No esquete Maria Orgulhosa, ele mexe com os brios do dogma católico da virgindade da mãe de Jesus. Gabriel procurou mostrar sua opinião de forma engraçada, mas sempre preocupado para que o texto não atacasse a ninguém. "Queria mexer na ferida mas não ofender ninguém. Mas não fiz nada pra agradar. Comédia que faz isso é babaca, é Zorra Total. Nunca fui de agradinho. Quero fazer vocês pensarem", conta Gabriel.
 " (Por Cìntia Hecher)

Nenhum comentário:

Postar um comentário