Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil

Diário online do ator Márcio Ramos - relatos, pensamentos, agenda, críticas...

domingo, 13 de março de 2011

Críticas e Reviews - Paranoia

Espetáculo "PARANOIA (Sit Down Comedy)"


14/11/2008
Site Queb - Qual é a Boa?
Coluna Ciranda -
http://www.queb.com.br/

"Sangue Novo -


A Cia2 - Grupo de Teatro, dirigido por Márcio Ramos, estreou com tudo no último fim-de-semana. A trupe, que levou ao palco da Casa da Cultura o espetáculo "Paranoia", fez e aconteceu. No melhor estilo, esquetes (rápidas e rasteiras), escritas por Márcio, teve um elenco afinado e disposto a entrar no time dos arteiros da cidade. Tefa Polidoro é um caso à parte, ela entra em cena e arrasa. Destaque para as atrizes Rachel Zílio e Camila Cardoso que, com suas performances estreantes, deram conta do recado e mostraram a que vieram."  (Por Raulino Prezzi)

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28/05/2009
Jornal Pioneiro
Coluna Sete Dias - "A Gente Viu!"

"Fragmentados ao meio


Paranoia (Sit Down Comedy), apresentada no fim de semana passado no Teatro Pedro Parenti, começa irreverente. Sentados entre a platéia, como se estivessem num banheiro, os atores aludem a MSNs, nicknames, Orkut e salas de bate-papo.
No palco, o roteiro segue mostrando personagens acossados entre memórias, tentativa de diálogo, algumas escatologias, outras perversões, num bric-à-brac de desabafos e pedidos por socorro. Família, igreja e preconceito são alvos destes solilóquios entremeados por movimentos coletivos. Há boa luz para as personagens prêt-à-porter, que emergem no bom recurso de uniformizar o figurino, com uma ou outra roupa vestida na boca de cena, anunciando o próximo número/tipo. A peça se encerra com uma imagem que remete à involução humana de solidões contemporâneas reais entremeadas por comunidades de amigos virtuais.
Entre o bom começo e o belo fim, os fragmentos fragilizam a narrativa. Louva-se, no entanto, a determinação de Márcio Ramos em colocar suas idéias em cena, assinando texto e direção. A Cia2 se lança no teatro caxiense demonstrando vontade cênica. A dramaturgia da montagem é que se esgarça um pouco no decorrer deste espetáculo de estréia. Mas, sem começar, não há caminho a seguir." (Por Carlinhos Santos)

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12 a 18/06/2010
Jornal O Caxiense
Coluna Artes - Teatro -

"Para rir descaradamente


As luzes focam a platéia. Não só algum elemento cênico diferenciado, um efeito. Elas apontam para como somos, fomos, nos comportamos. Como queremos ser, como evitamos aparecer. Talvez não seja tão filosófico assim. Mas que tem um dedo apontado na direção do umbigo, isso tem. Com autoria e direção de Márcio Ramos, Paranoia tem ele e mais sete atores perambulando em cena. São esquetes, cada uma trazendo alguns dos anseios mais comuns ao ser humano.
A peça, que estreou no final de 2008 - ano em que o pessoal da Cia2 passou ensaiando e se preparando para ela -, terá suas últimas apresentações neste final de semana. Últimas na cidade, pelo menos. Será inscrita em festivais para ultrapassar os limites citadinos. E merece alcançar novos públicos, já que por mais espalhadas que estejam no mundo, as pessoas têm tanto em comum que nem fazem idéia. É uma daquelas peças para se identificar, seja na risada contida, na gargalhada, no choro deslavado. No sentido descarado da palavra. Este é até um bom adjetivo para a montagem como um todo. Sem compromisso com regras, frases feitas, pré-conceitos e sisudez. Como subtítulo, carrega a expressão sit down comedy, idéia de Márcio que é contraponto ao agora tão popular (mas nem sempre competente) stand up comedy. Em Paranoia, todo mundo fica é sentado mesmo.
Mas nem só de comédia se vive. Mesmo que existam momentos hilários, há os instantes reflexivos. A solidão é assunto frequente, sendo o medo dela uma das inspirações. Uma das esquetes é exatamente sobre isso, o que obriga o espectador olhar para si e questionar-se "eu me basto?". Gonzaguinha disse que ninguém é feliz sozinho, nem o pobre nem o rei. Tom Jobim corrobora, em Wave, de maneira mais enfática: "é impossível viver sozinho".
Paranoia, como bem alerta com nome, provoca a discussão interna, amplia o "será?". Situações cotidianas são o que aproximam o pública, que acena que sim com a cabeça em várias das situações, desde conversas em banheiro público, secretária de empresa ao telefone, até durante uma festa. Com piadinhas que vão da delicadeza da cantora Sandy ao pavor que a falta de luz traz aos solitários, o espetáculo se contrói, com atuação marcante de talentosos atores da cidade que se vestem com uma roupa cor de pele , nude mesmo. Para marcar mais ainda aquela história de que, na verdade, somos todos iguais. No fundo, temos o mesmo. (Por Cíntia Hecher)

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